Snowden
denunciou a rede de espionagem dos
EUA também na China e em Hong Kong.
Contatos entre
o Brasil e a Alemanha para a formulação de uma diretriz das Nações Unidas (ONU)
contra a espionagem que os EUA vêm promovendo às economias
destes dois países, entre outros nos demais quadrantes do planeta, foram
captados pela Agência Nacional de Segurança (NSA). Os dados foram passados, em
forma de boletim, para segmentos ligados à inteligência norte-americana, na
noite passada, segundo nota de contrainformação que circulou por Brasília, à
qual o Correio do Brasil teve
acesso apenas para observação.
Neste sábado, o
presidente Barack Obama viu estampado, na internet, que seus tradicionais
parceiros no Ocidente estão preparando uma resolução para a Assembleia-Geral da
ONU que vai exigir “o fim da espionagem excessiva e da invasão
de privacidade”, disse um diplomata, também em caráter confidencial, depois que
o espião de agências de inteligência dos Estados Unidas revelou grandes
programas de vigilância internacionais.
A presidente
Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel, condenaram a espionagem
generalizada feita pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA. Acusações
de que a NSA acessou dezenas de milhares de registros telefônicos franceses e
monitorou o celular de Merkel têm causado indignação na Europa. A Alemanha
disse na sexta-feira que vai enviar seus chefes de inteligência para Washington
na próxima semana para buscar explicações da Casa Branca.
Em resposta às
divulgações sobre a espionagem dos EUA, muitos delas vindas do ex-técnico da
NSA Edward Snowden, as delegações de Brasil e
Alemanha na ONU começaram a trabalhar em um projeto de
resolução para ser submetido à Assembleia-Geral, de 193 países, afirmaram
vários diplomatas da ONU à agência inglesa de notícias Reuters,
ainda em caráter confidencial
– Esta
resolução provavelmente terá um enorme apoio na AG (Assembleia-Geral), uma vez
que ninguém gosta que a NSA os espione – declarou um diplomata ocidental da
ONU, sob condição de anonimato.
Resoluções da
Assembleia-Geral não são vinculantes, ao contrário de resoluções do Conselho de
Segurança, de 15 nações. Mas as resoluções da Assembleia que conseguem um amplo
apoio internacional podem ganhar peso moral e político significativo. Merkel
pediu na quinta-feira que Washington faça um acordo de “não-espionagem” com
Berlim e Paris até o final do ano, acrescentando que queria ação do presidente
Barack Obama, não apenas pedidos de desculpas.
No mês passado,
Dilma usou sua posição como primeira líder mundial a discursar na reunião anual
da Assembleia-Geral para acusar os Estados Unidos de violar os direitos humanos
e o direito internacional através de espionagem, que incluiria espionagem em
seu e-mail. Dilma também manifestou o seu desagrado ao adiar uma visita de
Estado aos Estados Unidos, agendada para este mês, após relatos de que a NSA
tinha espionado comunicações e empresas brasileiras.
E. F.
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