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terça-feira, 30 de abril de 2013

Presidente afegão usou dinheiro da CIA para comprar lealdade de "senhores da guerra"

Malas, mochilas, por vezes sacos de plástico, chegavam todos os meses. Dezenas de milhões de dólares em dinheiro vivo eram, na prática, um fundo para subornos.
O Presidente afegão, Hamid Karzai, reconheceu: os serviços secretos americanos, CIA, deram, nos últimos dez anos, importantes somas de dinheiro ao seu gabinete. Segundo o The New York Times, que deu a notícia, parte do dinheiro foi distribuído por "senhores da guerra", alguns ligados ao tráfico de droga e aos taliban, para comprar a sua lealdade.
O dinheiro norte-americano, dezenas de milhões de dólares, segundo o jornal, foi entregue ao Conselho Nacional de Segurança (CNS), um organismo dependente da presidência. “Sim, o CNS recebeu dinheiro da CIA nos dez últimos dez anos”, disse Karzai, numa declaração feita durante uma visita a Helsínquia, que confirma uma investigação do NYT. "Não foram montantes importantes”, acrescentou
Karzai não quantificou os montantes recebidos, mas falou em “pequenas quantias” que eram entregues mensalmente. Não deu explicações claras sobre o modo como o dinheiro foi gasto. “Esse dinheiro foi usado para diversos fins: operações, ajuda a feridos e doentes, arrendamento de casas, entre outros".
O jornal escreveu na segunda-feira, citando antigos e actuais colaboradores do líder afegão, que, a partir de Janeiro de 2003, a CIA começou a entregar mensalmente ao departamento presidencial malas, mochilas, por vezes sacos de plástico de compras, com dezenas de milhões de dólares em dinheiro vivo ao CNS, com o objectivo de apoiar a luta clandestina contra a Al-Qaeda e os seus aliados e reforçar a influência norte-americana no Afeganistão. Acrescenta que não foi feito qualquer controlo sobre o modo como foi gasto.
O dinheiro terá sido gasto com pagamentos a "senhores da guerra", políticos e outras figuras de cujo apoio Karzai dependia. Antigos e actuais dirigentes afegãos citados pelo New York Times consideram que esse dinheiro foi basicamente usado como fundo para subornos e para cobrir despesas que a presidência pretendia manter secretas. Não há dúvidas de que contribuiu para fazer crescer a corrupção. Um responsável norte-americano não identificado pelo jornal considera que os Estados Unidos têm sido “a maior fonte de corrupção no Afeganistão”.
“Chamávamos-lhe dinheiro fantasma”, disse ao jornal Khalil Roman, vice-chefe de gabinete de Karzai entre 2002 e 2005. “Chegava em segredo e partia em segredo.” Segundo o diário norte-americano, Abdul Rashid Dostom, cuja milícia  fazia parte da coligação que derrubou os talibans, receberia cerca de 100 mil dólares por mês. Ahmed Wali, irmão de Karzai, líder de uma milícia apoiada pela CIA, assassinado em 2011, foi outro dos dirigentes que recebeu dinheiro.
A notícia da existência de financiamentos secretos à presidência do Afeganistão não é nova. Em 2010, quando foi revelado que o Irão tinha feito entregas de dinheiro a um conselheiro de Karzai, o Presidente disse, numa declaração agora recuperada pelo NYT: “Os Estados Unidos fazem a mesma coisa. Fornecem dinheiro a alguns dos nossos departamentos”. Na altura, colaboradores do líder afegão disseram que se estava a referir à ajuda oficial de Washington, mas um antigo conselheiro afirmou recentemente que estava a falar concretamente das malas e sacos da CIA.
Teerão interrompeu, segundo fontes afegãs, o envio de dinheiro depois de, no ano passado, contra as objecções do Irão, os governos de Cabul e Washington terem assinado uma parceria estratégica. Mas o financiamento norte-americano continuou, segundo o jornal.
Ainda antes de ter começado a financiar directa e secretamente a presidência afegã, os Estados Unidos pagaram a “senhores da guerra” afegãos que lutarem contra os talibans, na fase da invasão, em 2001, e, depois disso, na luta contra a Al-Qaeda. “Pagámos-lhes para que derrubassem os taliban”, disse um responsável norte-americano citado pelo The New York Times.
 
=Público=

Boletim semanal da ONU Brasil

Boletim semanal da ONU Brasil – No 100 – 29/04/2013

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Governo brasileiro doa 11.500 toneladas de arroz para agência de refugiados palestinos da ONU


O anúncio foi feito neste domingo, 28 de abril, pelo Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, em Shu’fat, campo de refugiados localizado em Jerusalém.

Triplica o número de estrangeiros em busca de refúgio no Brasil


Provenientes principalmente de grandes crises humanitárias, novas ou relacionadas a conflitos antigos que continuam provocando deslocamentos, 2.008 pessoas pediram refúgio no país no ano passado.

PNUD apresenta a agentes públicos soluções para o desenvolvimento sustentável municipal


II Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, que acontece entre os dias 23 e 25 em Brasília, segue recomendação da ONU na reta final de implantação dos Objetivos do Milênio.

ONU elogia punição a policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru


“Também encorajamos as autoridades brasileiras a resolver urgentemente a terrível situação das prisões, onde aproximadamente meio milhão de pessoas estão detidas”, disse a porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU em Genebra.

Campanha da ONU ‘Mulheres e Direitos’ chega à aldeia de Belém do Solimões (AM)


Iniciativa que visa a redução da violência contra o sexo feminino, equidade de gênero e promoção da saúde disponibiliza, pela primeira vez, material na língua ticuna – idioma é falado por 30 mil indígenas brasileiros.

Programas sociais ajudam no combate ao trabalho infantil, diz relatório da OIT

Segundo agência da ONU, mais de 5 bilhões de pessoas não têm acesso efetivo à proteção social integral. Estudo aponta que o ‘Bolsa Família’ permitiu diminuição do trabalho infantil tanto em zonas rurais como em zonas urbanas.

Em reunião com ministro brasileiro, chefe da FAO elogia ‘forte compromisso’ do país na luta contra fome


Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, se reuniu com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho, em Roma.

Recuperação de Brasil e Argentina puxam crescimento da América Latina e Caribe, diz CEPAL


Dinamismo da demanda interna e recuperação da Argentina e do Brasil impulsionarão crescimento de 3,5% em 2013 na região. Paraguai lidera expansão com crescimento do PIB estimado em 10%.

Tratado da ONU sobre comércio de armas poderia conter matança na Síria, diz especialista da Viva Rio


Documento, que ainda precisa ser aprovado nos Parlamentos nacionais, proíbe venda de armas para países em guerra, terrorismo e narcotráfico. Especialista indicou pontos fracos.

Angola: Chefe de direitos humanos da ONU elogia progresso em infraestrutura e direitos das mulheres


Navi Pillay ressaltou, porém, que o país ainda enfrenta problemas referentes à imigração ilegal, ao abuso sexual nas fronteiras e à censura de imprensa.

Com 2 milhões de mortes por ano, OIT pede ação urgente contra doenças ocupacionais


Segundo a Organização, 2,02 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas com o trabalho. Segundo Diretor-Geral da agência, prevenção é mais eficaz e econômica.

Projeto da ONU capacita mulheres indígenas na fronteira Brasil-Paraguai

Durante a iniciativa, as mulheres receberam capacitação em direitos humanos e questões de gênero, bem como na prevenção do tráfico de seres humanos. O projeto formou 20 mulheres, beneficiou outras 500 e levou conhecimento para os mais de 4 mil habitantes das seis comunidades envolvidas, respeitando os idiomas indígenas.

Defensores públicos latino-americanos reforçam importância de Convenção sobre direitos indígenas


Em encontro em Lima (Peru), chefe regional da OIT lembra que Convenção 169 defende 40 milhões de pessoas que têm sido “as mais esquecidas” no caminho ao desenvolvimento da América Latina.

Oscar Niemeyer é homenageado na sede da ONU em Nova York


Na iminência da reforma do Salão da Assembleia Geral, representantes da Organização saudaram os 11 arquitetos que projetaram a sede global da ONU.

ONU aprova missão de paz no Mali


Conselho de Segurança aprovou envio da tropa de capacetes azuis a partir de 1º de julho. Objetivo será ajudar o governo de transição e estabilizar o país.

Plano global quer eliminar pólio até 2018


Participantes de encontro em Abu Dabi planejam vacinar mais de 250 milhões de crianças, várias vezes por ano, além de monitorar e aumentar a vigilância em mais de 70 países. UNICEF e OMS lideram iniciativa.

ONU anuncia nova estratégia de comunicação


Nações Unidas estão implementando plataforma digital para concentrar produções audiovisuais. Em projeto-piloto, Organização vai distribuir comunicados de imprensa também em espanhol – atualmente, eles são emitidos em inglês e francês.


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Ces hauts fonctionnaires payés... à rien faire !

Les hauts fonctionnaires sont-ils tous nécessaires ? 

Pas si sûr... Selon une enquête du magazine Challenges, beaucoup d'entre eux seraient payés à ne rien faire, ou quasiment. Et tout ça, sur le dos des contribuables ! Les détails avec Planet.fr.
Le magazine Challenges s'est penché sur les missions des hauts fonctionnaires d'Etat, et le résultat n'est pas reluisant. Des centaines d'entre eux seraient actuellement payés à ne pas faire grand chose... voire rien du tout.

En effet, le magazine souligne que les différentes inspections (des finances, des affaires sociales, de l'éducation nationale, de l'administration...), la Cour des Comptes et les Conseil d'Etat servent surtout à recaser les proches des personnalités politiques.

Des recrues à vie

En effet, grâce au système appelé "tour extérieur", les présidents de la République et les Premiers ministres français peuvent nommer à vie qui ils souhaitent dans ces institutions, sans que ces personnes aient besoin de passer le moindre concours.

Challenges révèle ainsi que, juste avant les dernières présidentielles, des proches de Nicolas Sarkozy et François Fillonavaient pu trouver une place confortable au sein de ces institutions. Le magazine note donc que les rapports qu'elles peuvent parfois sortir sont bien de qualité, mais elles sont surtout devenues des "foyers d'accueil pour hauts fonctionnaires en déshérence".

"L'Etat ne sait pas gérer ses ressources humaines"

Jean-Michel Severino, inspecteur général des finances et ancien directeur de l'Agence française de développement explique à Challenges que "ces placards existent, car l'Etat ne sait pas gérer ses ressources humaines, notamment ses cadres supérieurs en fin de carrière".

Un rapport officiel de la mission d'évaluation du Conseil général de l'environnement et du développement durable reconnait d'ailleurs que ce Conseil, qui emploie 252 fonctionnaires, est devenu "une structure d'accueil pour cadres dirigeants en retrait" dont la "fonction officieuse" est la "gestion de fin de carrière".
"Un niveau d'effectifs souvent jugé excessif"

Les 252 fonctionnaires du Conseil, un "niveau d'effectifs [...] souvent jugé excessif", ne produisent que très peu de rapports : 262 par an, soit, comme le souligne Challenges, à peine plus d'un par agent. Il sert donc surtout à recaser les fonctionnaires ! Ainsi, rien que le corps des ingénieurs des Ponts, géré par le Conseil général de l'environnement et du développement durable, représente 3 900 agents qui peuvent revenir n'importe quand se faire recaser dans l'institution.

Et les autres inspections ne seraient pas mieux gérées. Challenges évoque ainsi l'exemple de Bercy, et ses 308 hauts fonctionnaires du contrôle général économique et financier, ainsi que ses 90 inspecteurs des finances qui ont vu largement diminuer leur mission depuis les différentes privatisations et qui touchent encore pourtant encore jusqu'à 12 000 euros par mois.

1 539 hauts fonctionnaires qui végètent...

Au total, c'est un nombre important de hauts fonctionnaires que le contribuable rémunère toujours pour pas grand chose.
Le magazine évalue à 1 100 le nombre de hauts fonctionnaires, ajoutés au 439 contrôleurs de la Cour des Comptes, qui végètent dans ces "placards" au lieu des veiller aux comptes de l'Etat.

Et l'absence de contrôle aidant, les primes versées aux fonctionnaires pour leur mission le sont souvent de façon automatique. D'ailleurs un magistrat de la Cour des Comptes regrette auprès de Challengesque "comme il n'y a pas d'indicateur de productivité, ces bonus sont attribués par les présidents de chambre de façon discrétionnaire"...

Bernard Tapie "prêt" à aider François Hollande

Bernard Tapie, qui fut ministre de la Ville sous Mitterrand, avant d'appeler à voter Sarkozy en 2012, se dit aujourd'hui "prêt à apporter [sa] contribution pour que le pays aille de mieux en mieux". 
"Je suis prêt à apporter ma contribution pour que le pays aille de mieux en mieux. A qui que ce soit, à Moscovici ou au ministre de la Ville que j'aime beaucoup", affirme Bernard Tapie dans Le Parisien.
afp.com/Joel Saget

Aux présidentielles de 2012, Bernard Tapie appelait à voter Nicolas Sarkozy. Un an plus tard, dans une interview publiée dans Le Parisien de ce mardi, l'homme d'affaires prend fait et cause pourFrançois Hollande.


"Je suis prêt à apporter ma contribution pour que le pays aille de mieux en mieux. A qui que ce soit, à Moscovici ou au ministre de la Ville que j'aime beaucoup", affirme le nouveau propriétaire avec la famille Hersant des quotidiens du Sud-Est

A la question de savoir s'il accepterait de prêter main-forte à François Hollande, il répond: "Je l'ai déjà fait sous Mitterrand(Ndlr: il était ministre de la Ville de 1992 à 1993) et j'étais dans cet état d'esprit avec Nicolas Sarkozy, que je voyais quatre fois par an!" Et Bernard Tapie de poursuivre: "J'ai reproché à la gauche de se réjouir des échecs de Sarkozy et je suis épouvanté de voir que la droite c'est pareil. On annonce 500 000 chômeurs de plus et les mecs sablent le champagne. 

C'est pas le président, c'est le pays qui est dans la merde." 

=L’Express=

Mídia e a corrupção, tudo a ver

Na parte final da matéria assinada pelo jornalista Osvaldo Bertolino, lê-se:  "Que ninguém se iluda:  a noção de que pagar impostos é uma obrigação de todo mundo e não apenas de um punhado terá  terá de ser arrancada a fórceps".

Está aqui uma boa parte da explicação-resposta para as costumeiras mensagens que recebemos, clamando contra os elevados impostos brasileiros.  O raciocínio é simples: se apenas poucos pagam impostos, terão eles de pagar muito.  É bom também não esquecer que quem concede liminares aos sonegadores, e senta em cima dos processos de sonegação fiscal não é o Executivo... 


Em maior grau em países como o Brasil, mas igualmente sugadora de recursos financeiros em todas as nações do mundo, a evasão fiscal é, de há muito, uma preocupação planetária.
Sob o título de "O sigilo bancário no banco dos réus", a CartaCapital traz reportagem de Gianni Carta, às páginas 56/7, que nos oferece mais informações sobre a questão da sonegação fiscal, dos paraísos fiscais, lavagem de dinheiro, e até sobre o aumento da participação dos mais ricos dos EUA na riqueza daquele país "a partir da crise de 2007".

Alguns trechos da cobertura jornalística:

          "A renúncia do ministro francês Cahuzac, dono de uma conta na Suíça, precipita o debate sobre o fim dos paraísos fiscais na UE.  Mas a Áustria resiste.

                                  (...)

          Na última década, houve dois principais casos a mobilizar autoridades europeias, na luta contra a evasão fiscal e, por tabela, contra o sigilo bancário e os paraísos fiscais.  O primeiro caso remonta a 2009, quando procuradores de Miami pediram ao banco privado suíço UBS a divulgação dos nomes de seus clientes norte-americanos suspeitos por evasão fiscal.

(...)  
         
O segundo evento foi, precisamente, a demissão de Chuzac por fraude fiscal, somada às revelações dos Offshore Leaks, vazamentos compilados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (Icij).

                                   (...)

          Por fim, as autoridades europeias foram sacudidas por uma nova lei norte-americana batizada de Foreign Account Compliance Act (Facta), [a entrar] em vigor a partir de 1º de janeiro de 2014.  Em miúdos, a lei obrigará a todas as instituições financeiras globais, sem exceção, a colaborar com o fisco dos EUA".

Neste ponto, interrompemos Gianni Carta chamar a atenção para a investida do imperialismo que, à primeira vista,  através de uma lei embasada no princípio ético de combate à evasão fiscal, procura forçar os países do mundo inteiro a dobrar-se a uma decisão intervencionista, a qual, se perdurar, abrirá um precedente de consequências previsíveis.  Exceto se as punições aos bancos "infratores" ficarem circunscritas ao território norte-americano.  
Somos a favor de uma pressão internacional, via uma ONU independente, para a completa extinção dos paraísos fiscais. 

          "(...)

Diga-se que o Conselho Europeu não dispõe de uma definição precisa para 'paraísos fiscais'.  (...)  Segundo a ONG [britânica Tax Justice Network], o Grão-Ducado de Luxemburgo é o terceiro paraíso fiscal do mundo, precedido pela Suíça

 (...)

          Como diz Eric Walravens, do site francês Mediapart, a evasão fiscal 'está com os dias contados'.  Segundo Walravens, os EUA podem ser uma 'potência em declínio', mas mas desta feita o'imperialismo norte-americano', com seu poder persuasivo unilateral, parece estar prestes a conseguir atingir uma meta positiva[claro, desde que respeite a soberania das outras nações].  

É de grande importância o fato de o premier luxemburguês, Jean-Claude Juncker, ter, debaixo da pressão dos norte-americanos, aceito a troca automática de informações de cidadãos europeus [?] a partir de 2015.

          As reações na UE parecem estar em plena sintonia com os planos de Washington.  Herman van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, disse:  'Precisamos aproveitar o momento político'.  Na próxima reunião dos 27 ministros de Finanças da UE, dia 22 de maio próximo, serão debatidas as medidas para evitar a evasão fiscal.  A importância envolvida está muito longe de ser irrisória.  Equivale a 1 trilhão de euros somente na UE, ou a metade do PIB da França.

           No novo contexto, os países terão de se tronar mais transparentes por meio da troca de informações e terão até de abolir leis.

  (...)

 Paraísos fiscais terão de reinventar suas economias.  O objetivo dos governos da Confederação Helvética [leia-se, Suíça] nunca foi somente o de salvar este ou aquele banco.  Fundamental era manter ileso o segredo bancário, até agora motor da economia do país.

          Em entrevista ao semanário francês Le Journal du Dimanche, o economista Paul Jorion diz que o plano de resgate de Chipre definido pela Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) foi a gota-d'água.  Contas de cidadãos foram, enfim, congeladas.  Em tempos de crise, o nível de tolerância é necessariamente baixo.

Atualmente, os europeus pagam impostos mais elevados, os seus salários foram reduzidos e o poder de compra está em queda livre.  Tudo isso em nome da competitividade.

Enquanto isso, os ricos, ao contrário daqueles da crise de 1929, lembra Jorion, ficaram, a partir da crise de 2007, mais ricos.  Em 2000, 1% dos norte-americanos detinha 32,8% da riqueza nacional  -  hoje, po percentual subiu para 40%.

          O mesmo acontece na França.  Cahuzac é o exemplo de alguém que em tempos de crise deveria contribuir com somas mais elevadas que os menos endinheirados.  François Hollande enfrenta uma crise moral.  Por essas e outras, ele exigiu que seus 38 ministros revelassem, na segunda-feira 15, seu patrimônio.  Descobriram-se ministros milionários e outros menos endinheirados. 

                                    (...)

           Enquanto isso, Angela Merkel, a chanceler alemã, está, às vésperas de eleições no seu país, na liderança do movimento para colocar um fim nos paraísos fiscais.  

(...)

 Na semana passada ela esteve no Reino Unido e, ao lado do premier conservador David Cameron, reforçou o fato de que os paraísos fiscais nas Ilhas Britânicas devem ser monitorados.  Cameron concordou.  Maria Fekter, ministra austríaca das Finanças, discorda.  'A Áustria manterá seu segredo bancário', martela a ministra.  Para ela, bancos que entregam informações de seus clientes 'fazem uma invasão massiva em suas vidas privadas'.  Em plena campanha eleitoral, Viena será o maior entrave para o projeto de uma UE transparente.  E como se comportarão outros paraísos fiscais fora do território da UE, entre eles, Andorra, Liechtenstein e Mônaco?

M. N. C.

Igreja decide excomungar padre que defende homossexuais em SP

CRISTINA CAMARGO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BAURU

A Igreja Católica decidiu excomungar o padre de Bauru (a 329 km de São Paulo) que havia se afastado de suas atividades religiosas neste final de semana após declarações de apoio aos homossexuais.

A decisão da excomunhão foi divulgada pela Diocese de Bauru num comunicado publicado em seu site. O texto é assinado pelo Conselho Presbiteral Diocesano, formado por dez sacerdotes da cúpula do órgão.

Conhecido por contestar os princípios morais conservadores da Igreja Católica, Roberto Francisco Daniel, 48, o padre Beto, realizou suas últimas missas neste domingo (28), em duas igrejas que ficaram lotadas de fiéis em clima de comoção.

Ele havia recebido prazo do bispo de Bauru, Caetano Ferrari, 70, para se retratar e "confessar o erro" cometido em declarações divulgadas na internet nas quais afirma que existe a possibilidade de amor entre pessoas do mesmo sexo, inclusive por parte de bissexuais que mantêm casamentos heterossexuais.


Beto também questiona dogmas católicos e chama a atenção pelo estilo. Fora da igreja, usa piercing, anéis, camisetas com estampas "roqueiras" ou com a imagem do guerrilheiro comunista Che Guevara e frequenta choperias.
Mais de mil pessoas lotaram igreja em Bauru no domingo de manhã para de despedir das missas celebradas pelo Padre Beto

Após o ultimato, o religioso anunciou que iria se afastar de suas funções religiosas, mas disse que considerava a hipótese de voltar um dia.

"Se refletir é um pecado, sempre fui e sempre serei um pecador", afirmou. "Quem disse que um dogma não pode ser discutido? Não consigo ser padre numa instituição que no momento não respeita a liberdade de expressão e reflexão".

Nesta segunda-feira de manhã, ele tentou entregar o pedido de afastamento, mas foi informado sobre a excomunhão.

No comunicado, a diocese afirma que "uma das obrigações do bispo diocesano é defender a fé, a doutrina e a disciplina da igreja" e que, por isso, o padre "não pode mais celebrar nenhum ato de culto divino (sacramentos e sacramentais, nem mais receber a santíssima eucaristia), pois está excomungado".

O bispo convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico e o nomeou como juiz instrutor para tratar a questão e aplicar a "Lei da Igreja". A partir da decisão da excomunhão, o juiz instrutor iniciará os procedimentos para a "demissão do estado clerical".
Ainda segundo o comunicado, o bispo tenta há muito tempo o diálogo para "superar e resolver de modo fraterno e cristão esta situação". Segundo a diocese, todas as iniciativas foram esgotadas. O juiz instrutor teria tentando mais uma vez o diálogo com o padre, mas Beto reagiu agressivamente e recusou a conversa, afirma a diocese.

Ainda segundo o comunicado, o padre "feriu a Igreja" ao fazer as declarações e ao negar "obediência ao seu pastor", o que resulta "no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos".

A assessoria de imprensa da diocese informou que após a decisão nenhum pronunciamento será feito pelo bispo ou padres da diocese. O silêncio é uma determinação do juiz instrutor do processo.

Ao lado de uma advogada, Padre Beto procurou um cartório para registrar seu pedido de afastamento logo após ser informado sobre a excomunhão.

"Ainda bem que não tem fogueira", disse ao comentar de forma irônica a decisão do bispo. Padre Beto afirmou ainda que a decisão não vai mudar nada em sua vida, pois já havia decidido pelo afastamento da Igreja.

Veja a íntegra do comunicado da Diocese de Bauru:

É de conhecimento público os pronunciamentos e atitudes do Reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel que, em nome da "liberdade de expressão" traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal. Estes atos provocaram forte escândalo e feriram a comunhão eclesial. Sua atitude é incompatível com as obrigações do estado sacerdotal que ele deveria amar, pois foi ele quem solicitou da Igreja a Graça da Ordenação. O Bispo Diocesano com a paciência e caridade de pastor, vem tentando há muito tempo diálogo para superar e resolver de modo fraterno e cristão esta situação. Esgotadas todas as iniciativas e tendo em vista o bem do Povo de Deus, o Bispo Diocesano convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico, nomeando-o como juiz instrutor para tratar essa questão e aplicar a "Lei da Igreja", visto que o Pe. Roberto Francisco Daniel recusa qualquer diálogo e colaboração. Mesmo assim, o juiz tentou uma última vez um diálogo com o referido padre que reagiu agressivamente, na Cúria Diocesana, na qual ele recusou qualquer diálogo. Esta tentativa ocorreu na presença de cinco membros do Conselho dos Presbíteros.

O referido padre feriu a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor (obediência esta que prometera no dia de sua ordenação sacerdotal), incorrendo, portanto, no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos. Nesta grave pena o referido sacerdote incorreu de livre vontade como consequência de seus atos.

A Igreja de Bauru se demonstrou Mãe Paciente quando, por diversas vezes, o chamou fraternalmente ao diálogo para a superação dessa situação por ele criada. Nenhum católico e muito menos um sacerdote pode-se valer do "direito de liberdade de expressão" para atacar a Fé, na qual foi batizado.

Uma das obrigações do Bispo Diocesano é defender a Fé, a Doutrina e a Disciplina da Igreja e, por isso, comunicamos que o padre Roberto Francisco Daniel não pode mais celebrar nenhum ato de culto divino (sacramentos e sacramentais, nem mais receber a Santíssima Eucaristia), pois está excomungado. A partir dessa decisão, o Juiz Instrutor iniciará os procedimentos para a "demissão do estado clerical, que será enviado no final para Roma, de onde deverá vir o Decreto".

Com esta declaração, a Diocese de Bauru entende colocar "um ponto final" nessa dolorosa história.
Rezemos para que o nosso Padroeiro Divino Espírito Santo, "que nos conduz", ilumine o Pe. Roberto Francisco Daniel para que tenha a coragem da humildade em reconhecer que não é o dono da verdade e se reconcilie com a Igreja, que é "Mãe e Mestra".

Bauru, 29 de abril de 2013.

Por especial mandado do Bispo Diocesano, assinam os representantes do Conselho Presbiteral Diocesano.

A.    L.



segunda-feira, 29 de abril de 2013

EUA procuram pretexto para guerra total contra Síria?

Novas acusações alegam o uso de armas químicas pela Síria. Nós escutamos coisas parecidas antes. Obama sinaliza que o seu uso é um “divisor de águas”. Ele também disse que tal uso cruza “uma linha vermelha.”


Por Stephen Lendman



Os oficiais sírios são inequívocos. Semanas antes, o vice-ministro das Relações Exteriores sírio Faisal Miqdad falou por outros ao dizer: “A Síria volta a reforçar, pela décima, centésima vez, que se nós tivéssemos tais armas, elas não seriam usadas contra o nosso povo. Nós não cometeríamos suicídio.”

Alegar o uso de armas químicas pela Síria lembra as falsas acusações sobre as armas de destruição em massa de Saddam. É semelhante às falsas acusações contra todos os inimigos dos Estados Unidos.

Grandes mentiras começam guerras. Elas as facilitam. As perpetuam. Gore Vidal disse uma vez: “Nossos governantes, por mais de meio século, garantiram que nós nunca soubéssemos da verdade sobre nada que o nosso governo fez para outras pessoas, isso para não mencionar o que ele fez para as nossas pessoas”.

A Síria é a guerra de Washington. Estava planejada há anos. Seu objetivo é uma mudança de regime. A América está envolvida desde o início. Governos independentes não são tolerados.

A tão chamada ajuda “não letal” representa a ponta do iceberg da América. A CIA está envolvida em facilitar carregamentos marítimos de armas. Chegam enormes montantes. Esquadrões da morte apoiados pelos Estados Unidos são bem abastecidos.

A questão é se Obama planeja uma intervenção direta. Cerca de 200 grupos militares dos EUA foram implantados na Jordânia. Eles estão posicionados ao longo da fronteira síria. John Kerry anunciou que iria dobrar a ajuda dos EUA aos insurgentes.

Por um lado, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen diz que nenhuma intervenção está planejada. Por outro, ele deu pistas de possivelmente partir para isso. O comandante-supremo das Forças Aliadas da Otan, almirante James Stavridis, diz que está pronto para agir se lhe pedirem.

Talvez o artigo quinto do Tratado do Atlântico Norte seja invocado. O artigo considera um ataque (real ou de outro modo) contra um ou mais membros [da Otan] um ataque contra todos eles. Convoca uma ação coletiva.

Haverá um incidente planejado? Estarão as armas químicas cruzando a “linha vermelha” de Obama? Será que a Otan vai invocar o artigo quinto? A agressão imperialista virá em seguida? Talvez Obama tenha isso em mente. Ele prioriza as guerras. Ele deplora a paz. Ele dá as condições prévias para as negociações de mudança de regime.

No começo de abril, oficiais da inteligência dos EUA anônimos alegaram que a Síria usava armas químicas. Dois supostos incidentes em Damasco foram citados.

Em um discurso de março, Obama disse: “Nós não vamos tolerar o uso de armas químicas contra o povo sírio. O mundo está assistindo, e nós vamos responsabilizar o país por isso.”

No final de março, evidências críveis do uso de armas químicas por insurgentes vieram à tona. A força armada síria disse que um foguete feito em casa tinha sido lançado.

Ele continha CL17. É uma forma de cloro. Induz vômitos, desmaios, sufocamentos e ataques epiléticos. Aqueles nas áreas próximas são afetados.

O distrito de Khan al-Asal foi atacado. Fica no sudoeste de Alepo. Forças governamentais o controlam. Membros do Jihad atacaram uma barreira alfandegária controlada pelo exército.

Uma fonte de um hospital local disse que ele pessoalmente testemunhou o pessoal do exército ajudando os feridos. Mais de duas dúzias de mortes foram contabilizadas. Elas incluíam soldados sírios.

Diplomatas europeus reconheceram o ocorrido. Eles mentiram alegando “fogo amigo.”

O Reino Unido e a França disseram que a Síria usou armas químicas mais de uma vez desde dezembro. Diplomatas anônimos alegam que amostras do solo, entrevistas com testemunhas e fontes da oposição apontam para o uso de gases de nervos perto de Alepo, Homs e possivelmente Damasco.

De acordo com diretor de Inteligência Nacional James Clapper, as acusações estão sendo avaliadas. Alguns oficiais de inteligência dos EUA são céticos a respeito. Sem os censores norte-americanos na Síria, determinar o uso de armas químicas já é bastante difícil. Mais difícil ainda é decidir quem é responsável se evidências críveis são encontradas.

Segundo um oficial de defesa anônimo dos EUA, qualquer um poderia plantar evidências do uso de armas químicas. “Encontrá-las em um terreno que não é nosso é muito difícil, especialmente quando estamos falando de agentes não persistentes.”

“Nós não podemos ter certeza de que as amostras não foram contaminadas por pessoas que têm interesse em tentar envolver a comunidade internacional.”

Ele completou que os testes conduzidos pelo Reino Unido não foram conclusivos. Não foram fornecidos detalhes de onde as amostras foram recolhidas e quem as entregou. Não foi encontrado um uso significativo de agentes químicos.

Supostos relatos de testemunhas oculares culpavam Assad. Mais tarde, foi provada sua falsidade. Israel produziu alguns novos. No dia 23 de abril, o Haaretz noticiou que “Israel confirma que o regime sírio usou armas químicas contra rebeldes”.

De acordo com o general-chefe da Divisão de Pesquisa da Inteligência Militar Itai Brun: “Até onde chega o nosso conhecimento profissional, o regime usou armas letais químicas em uma série de ocasiões, incluindo o incidente do dia 19 de março.”

Ele citou evidências fotográficas. De quem, ele não disse. Elas são fáceis de fabricar. Supostamente, elas mostram vítimas espumando pela boca com as pupilas contraídas. Ele alega que a arma usada era feita de gás sarin.

“O regime tem usado cada vez mais armas químicas”, ele alega. “O simples fato de eles usarem armas químicas sem qualquer reação apropriada – esse é um desenrolar muito preocupante, porque pode sinalizar que é uma situação legítima.”

Ele alega que a Síria tem um “grande arsenal de armas químicas, mais de 1000 toneladas de químicos, centenas de bombas aéreas e uma boa quantia de ogivas e mísseis de superfície que podem ser carregados com armas químicas.”

“Como isso vai se desenrolar é uma boa questão. Nós precisamos estar bastante preocupados com o fato de que armas químicas podem chegar às mãos de pessoas menos responsáveis que não consideram as consequências de suas ações.”

Eles “não fazem cálculos normais de custo-benefício.” Ele diz que isso é “preocupante.”

Ao mesmo tempo, ele não tem certeza se o conflito regional vai incluir o uso generalizado de armas químicas. Ele ressaltou que “é necessário ver como a situação se desenrola em curto prazo.”

Dias antes, Netanyahu falou sobre a questão: “Nós estamos preparados para nos defender se a necessidade surgir e eu acho que as pessoas sabem que o que eu digo é ao mesmo tempo calculado e sério". “Nós temos de estar muito incomodados com a possibilidade de que armas químicas caiam nas mãos de atores menos responsáveis". “É certamente possível que ocorram outros incidentes de ataques contra Israel por outras organizações que obtenham diferentes tipos de armas.”

Em uma reunião de ministros do exterior da Otan. John Kerry incitou os membros a responder caso seja determinado que a Síria usa armas químicas. “Nós deveríamos cuidadosamente e coletivamente considerar como a Otan está preparada para responder e proteger seus membros de uma ameaça síria, incluindo qualquer ameaça potencial de armas químicas”, disse ele.

Ao mesmo tempo, ele falou com Netanyahu por telefone. “Ele não estava em posição de confirmar (o uso de armas químicas) na conversa que tivemos.”

“Eu ainda não sei se os fatos existem. Eu não acho que ninguém saiba ao certo.”

Separadamente, o secretário de defesa Chuck Hagel disse que a inteligência a respeito do uso de armas químicas segue inconclusiva. Seu porta-voz George Little completou: 

“Nós reiteramos nos termos mais fortes possíveis a obrigação do regime sírio de salvaguardar seus estoques de armas químicas, e não usar ou transferir tais armas para grupos terroristas como o Hezbolá.”

Os eventos daqui em diante demandam exames minuciosos. Obama pode estar planejando mais guerra. Não se engane. Ele vai tirar o máximo proveito das bombas da maratona de Boston. Vai fazer isso em casa e no exterior. Os Estados párias operam assim.

* Stephen Lendman vive em Chicago. Ele pode ser encontrado no e-mail lendmanstephen@sbcglobal.net. Seu novo livro é chamado “Banker Occupation: Waging Financial War on Humanity.” Visite seu blog acessando: sjlendman.blogspot.com. Artigo originalmente publicado no Global Research.