A Líbia sem Kadafi
está sendo saqueada pelas potências colonialistas. Dois anos após o
martírio do líder Muamar Kadafi na heróica Sirte (sua terra natal), o mundo
assiste desolado a queda, uma a uma, das mentiras divulgadas pela mídia
ocidental para tentar justificar a ocupação militar da Líbia.
Hoje o país está fragmentado, não há luz, água ou combustíveis na
maioria das cidades líbias. Estradas, viadutos, estações de bombeamento de água
no Grande Rio Verde (o maior rio artificial do mundo) foram destruídas pelas
bombas dos EUA, França e Inglaterra, e até agora nada foi reconstruído.
Para completar o quadro desolador do país que tinha o maior IDH (índice
que mede a qualidade de vida da população) da África, mais de 6.000 militares
estrangeiros estão estacionados no país, a maioria nos campos de petróleo onde
EUA, França e Inglaterra estão roubando o petróleo líbio para “pagar despesas
de guerra”. Ora, é como se um ladrão invadisse nossa casa, roubasse, matasse, e
depois exigisse um pagamento mensal como compensação pelo “trabalho
realizado”.
Na semana passada o primeiro-ministro, Ali Zeidan, foi sequestrado em
Trípoli por ex-rebeldes anti-Kadafi como represália pela captura de um suposto
líder da Al-Qaeda, Abu Anas al-Libi, pelos EUA. Libertado horas depois, Zeidan
denunciou ter havido "golpe contra a legitimidade"
"Zeidan é fraco, sem instrumentos para conduzir um país cujas
instituições foram desmontadas", disse Geoff Porter, especialista do North
Africa Risk Consulting.
No sul da Líbia, dezenas de xeques beduínos e líderes tuaregues se
recusam a se submeter a um governo de mercenários e traidores da Jamahiriya.
Exigem autonomia política e montaram governos de fato, protegidos por milícias.
Enquanto isso, drones americanos vasculham a área constantemente e matam
inocentes, em locais onde a mídia não chega. Em todo o território, extremistas
islâmicos se beneficiam do volume imenso de armas restantes dos oito meses de
guerra civil, contrabandeiam armamento para Síria e Somália e reforçam frentes
de combate no Mali e na Tunísia.
A Líbia da Jamahiriya, do Poder Popular, da democracia direta através
dos Congressos e Comitês Populares, teve sua legislação substituída por uma
mescla de lixo democrático (partidos políticos corruptos) e leis islâmicas via
Al Qaeda. Tudo isso aprovado pelo Conselho Geral Nacional, onde a Irmandade
Muçulmana líbia luta contra políticos seculares.
Atualmente 6,4 milhões de líbios vivem sob total insegurança. As forças
de segurança continuam dispersas, sem preparo e a criminalidade cresce. Segundo
Claudia Gazzini, especialista do International Crisis Group, os grupos armados
se defrontam entre si.
Em setembro de 2012, um deles invadiu o Consulado dos EUA em Benghazi e
matou o embaixador americano, Christopher Stevens, e três funcionários – agentes
da CIA. Porter, no entanto, não vê risco de golpe de Estado. "Ninguém quer
substituir Zeidan, porque não há como governar o país", afirmou.
A italiana Claudia, que vive em Trípoli há um ano e meio, diz que ouve
queixas recorrentes sobre a insegurança. Segundo ela, muitos sentem saudades de
Kadafi. "Em termos de segurança, com certeza Kadafi era melhor. Há uma
insatisfação geral com o atual processo político."
Segundo Riccardo Fabiani, do Eurasia Group, a situação é caótica, mas
não como na Somália, onde há uma guerra civil. "Na Líbia, nenhum grupo
jihadista quer derrubar o regime. O que eles querem é influir e dominar o
governo."
A líbia de Muamar Kadafi era a “pérola da África”, o país mais
próspero, o mais solidário (enviava médicos e dentistas para atender
gratuitamente nos países mais pobres do continente africano).
Tudo isso não foi suficiente para deter as potências ocidentais
terroristas que somaram forças para assassinar milhares de civis indefesos para
roubar petróleo.
Kadafi não morreu nas milenares areias de Sirte, a cidade heróica. Ele
está vivo na memória de milhares de combatentes da liberdade, de verdadeiros
revolucionários, em diversas partes do mundo, e principalmente, na memória do
povo árabe socialista da Líbia.
Kadafi vive! Kadafi viverá sempre!
A. G.
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