Numa tarde chuvosa e de muita e forte trovoada, uma verdadeira multidão de cerca de 260 pessoas chegam ao céu e, curiosamente, não havia ninguém na portaria.
Olharam-se umas às outras e uma delas, mais afoita e zangada, foi directa à sala de Deus.
Sem bater à porta, entrou de rompante e exclamou:
- Ó Deus!, não há ninguém de serviço na portaria para me receber???
Paciente, Deus atendeu o Zé, assim se chamava o arrogante dono da alma e, olhando-o profundamente, orientou-o para o seu devido lugar fora do Céu.
O tal Zé, mesmo assim, disse estar com todo um grupo de mais 260 pessoas – perdão, almas – e Deus, sempre calmo e sereno, afirmou-lhe que iria tratar deles e delas seguidamente.
Mas ficou aborrecido e, bruscamente, toca a campaínha a chamar São Pedro.
- Então, meu Bom Pedro… Chegou um grupo de 260 pessoas – almas – entre elas o Zé – que já encaminhei para o devido lugar – e tu, Pedro, não estavas na portaria para os receber e encaminhar… Sabes como estou ocupado com todos os problemas na Terra….
São Pedro respondeu:
- Mas, Meu Deus!, todos os dias ouço os portugueses gritarem contra todos esses indivíduos – agora almas – e ouço também os seus lamentos, que não servem de nada na vida terrena, claro!
Todavia, Senhor, cheguei a marcar a vez com todos eles umas poucas de vezes, mas sempre furaram os meus planos…. De que morreram eles, Senhor? Alguma epidemia?
- Não Pedro! Sabes bem que a única epidemia em Portugal é a da corrupção dos políticos e empresários e seus acólitos…. Um dia te explicarei tudo isso em pormenor… Agora, vai lá tratar dessas almas e não te passe pela cabeça aceitar uma que seja cá no Paraíso..!
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