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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Turquia: mais protestos violentos nas ruas

Violência já dura há vários dias. Primeiro-ministro apelou à calma

O dia, e também a noite, voltaram a ficar marcados por protestos na Turquia, com especial destaque para o bairro de Besiktas, em Istambul, onde o primeiro-ministro tem um gabinete e onde se voltaram a concentrar muitos manifestantes. A polícia recorreu de novo à utilização de gás lacrimogéneo e canhões de água.

Segundo as agências internacionais, a população parece estar a ajudar os manifestantes tentando impedir a passagem da polícia para o local. Há relatos de barricadas, camiões ou retroescavadoras no caminho das autoridades.

Já há registo de incidentes em Istambul, Ancara e Izmir, a terceira maior cidade do país. Segundo Reuters, os manifestantes tentaram atear um fogo contra os escritórios do partido AK, em Izmir, ao qual pertence o primeiro-ministro.

Na rua pedem a demissão do Governo e acusam-no de autoritarismo. O pove teme que os governantes estejam a tentar impôr «valores islâmicos mais conservadores».

Os feridos estão a ser tratados, perto dos locais dos protestos por médicos e enfermeiros voluntários, já que as ambulâncias não conseguem chegar em seu socorro. Lojas, mesquitas e até a universidade servem de refúgio para quem precisa de cuidados.

Mesmo assim, desde sexta-feira, deram entrada nos hospitais 484 manifestantes, garantem fontes médicas.

«Calma», pede primeiro-ministro

Esta segunda-feira, o primeiro-ministro, Tayyip Erdogan apelou à calma e pediu às pessoas para não se deixarem «provocar» por «demonstrações organizadas de grupos extremistas», escreve a Reuters. «Estejam calmos, tranquilos, que tudo isto vai passar», afirmou no aeroporto antes de partir para uma visita oficial a Marrocos.

Domingo, o ministro do Interior, Muammer Guler, já tinha admitido que foram detidos mais de 1.700 participantes nos protestos. Negou, no entanto, que se tivesse registado qualquer morte, como foi anunciado pela Amnistia Internacional, que falou em duas vítimas.

«A grande maioria dos detidos foram libertados após serem interrogados e identificados», disse Muammer Guler, em declarações à agência de notícias estatal Anatólia, citada pela France Press. O governante contabilizou ainda 58 civis e 115 agentes de segurança feridos, mas alguns grupos de direitos humanos referem centenas de feridos.

Tudo terá começado na passada sexta-feira, com a construção de um centro comercial no local do parque Gezi, vizinho da praça Taksim e ainda de uma nova mesquita.

Os primeiros protestos acabaram por se tornar em manifestações amplas contra a política conservadora e de promoção de grandes obras públicas. A população não quer o novo plano urbanístico apresentado pelo executivo.

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=TVI24=

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