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domingo, 12 de junho de 2011

Cavaco recomenda o exemplo de frugalidade e sacrifícios do interior



O discurso do Presidente da República na sessão solene do 10 de Junho deslocou o eixo das suas preocupações do centro da vida política para o interior do país. Uma metáfora, disse Cavaco Silva no fim.

“Aqui, em Castelo Branco, poderemos buscar no exemplo dos portugueses do interior a inspiração de que precisamos para, uma vez mais, fazer das fraquezas forças e transformar as adversidades em oportunidades”, afirmou Cavaco Silva já no fim da intervenção, na qual pretendera “ trazer o interior do país para o centro da agenda nacional”.

Depois de discorrer sobre as potencialidades do interior e a necessidade de a ele regressar, promovendo a agricultura, o turismo e alguma indústria, o Chefe de Estado salientou no entanto que a principal potencialidade do interior estão as suas gentes. “A sua frugalidade e o seu espírito de sacrifício são modelos que devemos seguir num tempo em que a fibra e a determinação dos portugueses são postos à prova”, afirmou.

E foi aqui que deixou uma mensagem clara para o país, em particular para o próximo governo, representado na plateia por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, ambos ainda como líderes de partidos da oposição.

“Não podemos falhar. Os custos seriam incalculáveis. Assumimos compromissos perante o exterior e honramo-nos de não faltar à palavra dada”, disse, com grande solenidade.

Ao longo da sua intervenção, Cavaco Silva tinha discorrido sobre os grandes desafios do interior, frisando que “as desigualdades territoriais também são desigualdades sociais”. Abordou o problema do despovoamento, da interioridade, do abandono dos campos e do problema alimentar daí decorrente.

Recomendou, no entanto, que não se tente fazer do interior uma réplica do litoral. “No interior impõe-se tirar partido das potencialidades e das riquezas que só aqui existem”, disse, apontando o papel prioritário das autarquias, das empresas e dos empreendedores locais.

Longe ficou o tema principal da sua intervenção do ano passado, em que alertou para a “situação insustentável” que, dizia, já então o país atravessava.

Perante uma plateia onde ponderava o governo cessante, e com José Sócrates à sua esquerda, Cavaco Silva também não repetiu as palavras de ontem, já no âmbito das cerimónias comemorativas do Dia de Portugal. Na véspera, apelara a virtudes como a temperança, o equilíbrio, a prudência, neste “tempo de mudar de vida”. Hoje, foi apenas um virar de página.

(Público - 10.06.2011)

PS: -Um virar de página muito doloroso para a maioria dos portugueses que são obrigados a pagar pelos erros cometidos pelos políticos, Cavaco Silva incluído, pois manteve-se no poder durante dez longos anos como primeiro-ministro, e foi aí que começaram todas as nossas tormentas.

Agora, que vê realizado o grande sonho de Sá Carneiro, ainda que um tanto estorvado com a presença do CDS no governo, muda o discurso, já é precisa a nossa própria agricultura – sem explicar para onde foram todos os milhões vindos de Bruxelas e hoje reclamados pelso reais destinatários – e tenta passar por «bom» quando nunca o foi.

Se mais alguma coisa fosse necessária para que os portugueses abrissem bem os olhos e vissem de onde partiram todas as suas inclemências, bastaria estarem bem atentos a quem vai para o governo e percorre os antros da política nacional, razão da desgraça do povo português.

O Interior do país nunca foi tão maltratado como durante os seus governos, fazendo distribuir subsídios pelos agricultores e armadores, para não produzirem nem pescarem, abatendo barcos e indemnizando-os, assim como aos agricultores que enriqueceram à custa dos muitos biliões vindos de Bruxelas.

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