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domingo, 5 de junho de 2011

Crise: UE esbanja milhões em festas e luxos



Durão Barroso, comissários e outro pessoal gozam férias em destinos exóticos e compram presentes caros em tempo de... austeridade.

Ao mesmo tempo que os países europeus andam a fechar os cordões à bolsa e a contar os tostões para cumprir a austeridade imposta por Bruxelas, os membros da Comissão Europeia (CE) não se poupavam em despesas.

Festas, viagens em jactos privados, limusines, hotéis de cinco estrelas e férias em destinos exóticos são apenas alguns exemplos dos luxos em que estes altos responsáveis europeus gastavam o (nosso) dinheiro comunitário.

O «Daily Telegraph» publica uma longa reportagem, onde discrimina as descobertas de uma investigação levada a cabo pelo Bureau of Investigative Journalism sobre os gastos de Bruxelas. Conclusão: a CE gastou mais de 9 milhões de euros neste tipo de «mimos».

Entre 2006 e 2010, os comissários gastaram 7,5 milhões de euros em viagens de jactos privados, a que a Comissão chama «táxis aéreos» e garante que «apenas foram autorizados em circunstâncias excepcionais».

Muitos milhares de euros foram gastos em estadias em resorts de luxo, em destinos exóticos como Papua Nova Guiné, Gana e Vietname. A CE garante que a despesa feita na Papua Nova Guiné se destinou a formação para o seu pessoal. Numa ocasião, uma delegação de 44 membros voou para o resort de cinco estrelas Palm Garden Resort no Vietname para um evento destinado a «facilitar a cooperação interna».

Durão Barroso «apanhado»

O português José Manuel Durão Barroso, que preside à CE, também é visado neste relatório: terá gasto 28 mil euros numa estadia de quatro noites no New York Peninsula Hotel em Setembro de 2009. Barroso ficou na unidade hoteleira, onde cada suite custa 780 euros por noite, com uma equipa de oito assistentes para assistir à Cimeira das Alterações Climáticas das Nações Unidas. O valor, que incluía despesas com o aluguer de salas de reunião e equipamento, quase triplicou o limite de 275 euros por pessoa por noite para acomodação em Nova Iorque fixado pelos regulamentos da Comissão para o seu pessoal.

Confrontada com este facto, a Comissão considerou o gasto a mais «razoável», tendo em conta que o preço das estadias em Nova Iorque estava inflacionado durante a cimeira.

Quase 75 mil euros numa festa em Amesterdão

Mais de 300 mil euros foram aplicados em festas e cocktails, incluindo uma em Amesterdão, avaliada em 75 mil euros, que surge descrita como «uma noite recheada de maravilhas como nenhuma outra».

A CE diz que o evento «contou com a presença de artistas e cientistas de renome mundial, parte de uma iniciativa a nível europeu, envolvendo a Universidade de Oxford e o Museu de História Nacional de Londres. O dinheiro gasto em bebidas destinou-se sobretudo a café e não chegou a 2 euros por participante».

Foram contratadas orquestras de topo para tocar nas festas exclusivas e os oradores convidados eram mimados com presentes como botões de punho, canetas de tinta permanente e jóias da famosa cadeia Tiffany. Em limusines e motoristas foram 118 mil euros.

Bruxelas ainda pede aumento da sua dotação orçamental

Vários membros do Parlamento Europeu reagiram já às revelações, feitas poucos dias depois de a Comissão ter exigido um aumento de 4,9% no seu orçamento, cujo dinheiro vem dos Estados membros, ou seja, sai directamente do bolso dos contribuintes.

As revelações ganham uma gravidade maior tendo em conta as dificuldades que vários países da União atravessam, com milhares de famílias castigadas pelo desemprego e pelas dificuldades financeiras.

No Reino Unido, a reportagem do jornal britânico arrancou já várias reacções, a começar pelo ministro para a Europa, para quem «a CE tem muito por onde poupar antes de vir pedir mais dinheiro». Já Bill Cash, Presidente do Comité Europeu de Escrutínio na Câmara dos Comuns, diz-se «enojado. A Comissão actua como uma monarquia medieval e este é dinheiro dos contribuintes que está claramente a ser esbanjado de uma forma ultrajante». Os responsáveis britânicos querem que o assunto seja formalmente investigado.

Agência Financeira – Portugal Diário – 4/06/2011

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