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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Linguagem de improvisação



Aprovando medidas e fazendo anúncios baseados nesta técnica tão útil nas artes cénicas, como perigosa nas artes políticas. Mas ele usa-a muito frequentemente…
Ultimamente temo-lo visto com a promessa dos fundos de investimento e os que tinham de vir de fora.

Vimo-lo e sofremo-lo também com as políticas económicas, energéticas e sociais: luz, pensões, combustíveis, pneus, caixa e bancos, etc…

Corrigir os erros e rectificar a tempo, é coisa de sábios. Cometer tantos erros nesta altura e desde o lugar onde se cometem erros, é uma irresponsabilidade.

Em tempos convulsos e críticos como o que estamos a viver, impõe uma forma de agir firme, sem indecisões, sem improvisações, sem mentiras, porque se podem pagar muito caras e não há margem para erros, porque não há dinheiro no país.

Prefere-se a bom recato em vários paraísos…

A sensação de perda de rumo, de ir à deriva, é muito real, e mais ainda quando se usam similitudes pouco felizes, como a de certo barco que há quase cem anos foi abalroado por um icebergue.

Sem deixar as similitudes náuticas, a sensação, também cada vez mais real, é que vivemos num camarote dos irmãos Marx. E, parafraseando um senhor que, com um bigode pintado, um cigarro fumegante e um sorriso irónico, dizia verdades como um templo enquanto levantava as pálpebras…

A política é a arte de procurar problemas, encontrá-los, fazer um diagnóstico falso e aplicar, depois, os remédios errados.

Dizem os que se dedicam ao teatro - e há tantos em Portugal – que improvisar é transmitir ou gerar, de forma espontânea, uma ideia, um sentimento, através da imaginação e da aplicação de recursos da matéria.

E dizem que é realmente arte quando os recursos mostram, com todo o luxo de detalhes, um domínio do ofício – o da política neste caso – e um balanço perfeito de ideias, desenvolvimento e desenlace do que se transmitiu.

A mim, além disso, ensinaram-me que a boa improvisação é a que se soube preparar previamente.

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