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terça-feira, 14 de junho de 2011
Paulo Portas no Governo !?!
Ana Gomes lembra Strauss-Khan para deixar aviso sobre Paulo Portas
Ana Gomes, dirigente do PS, lembra os "comportamentos desviantes de Strauss-Khan" para sustentar que Paulo Portas "não tem idoneidade pessoal e política" para voltar ao Governo. Recorda o caso denunciado, há anos, de dois ministros de Durão Barroso que recorriam a prostituição, fala da compra dos submarinos e de como a PGR "afastou as duas procuradoras" encarregues do caso.
A deputada europeia eleita pelo PS, Ana Gomes, considera que "está em causa a idoneidade pessoal e política" de Paulo Portas, "para voltar a desempenhar cargos governamentais no nosso país, atentas as suas responsabilidades e comportamentos como Governante e parlamentar, alguns desses comportamentos ainda por esclarecer na Justiça, como é devido".
Comentadora residente do programa "Conselho Superior", na Antena 1, a dirigente socialista disse, durante a emissão da rubrica, esta terça-feira, que não estava a falar do caso Moderna. "Estou a referir-me à compra lesiva dos submarinos, lesiva para os contribuintes e para o Estado, da qual foi o principal responsável, enquanto ministro da Defesa, e sobre a qual correm processos em Justiça, por corrupção, burla, evasão fiscal, lavagem de dinheiro, facturas falsas, etc", disse Ana Gomes.
"A PGR conseguiu afastar as duas procuradores que iniciaram esse processo, mas eu tenho esperança que prossiga. É essencial para a transparência e para a Justiça", acusou a eurodeputada socialista, no comentário que fez na rubrica "Conselho Superior", da Antena 1.
"Estou a referir-me, também, a outros comportamentos. Todos os jornalistas em Portugal sabem que junto do então ministro Paulo Portas funcionou uma central de desinformação e calúnia de dirigentes do PS que alimentou o tratamento na Imprensa do caso Casa Pia", disse Ana Gomes.
"Um seu próximo colaborador, Pedro Guerra, que Paulo Portas tratou de colocar depois numa empresa pública, era um dos principais agentes dessa central de desinformação", acusou Ana Gomes, lamentando que, até hoje, a justiça não tenha funcionado "para esclarecer todos os contornos sórdidos do caso Casa Pia, incluindo a campanha de desinformação de quem queria desviar informações".
"Na altura pedi ao PGR da época, uma investigação às suspeitas levantadas pelo semanário Le Point, sobre dois ministros do Governo de Durão Barroso, que fariam investidas em meios de prostituição, um deles disfarçado de cabeleira postiça", revelou Ana Gomes, considerando que o Procurador-Geral de Justiça, à época, "pateticamente tratou logo de pôr fora um comunicado a rejeitar qualquer tipo de investigação, que obviamente se impunha".
"Estou a falar-vos de Estrasburgo, em França, onde a classe política e a Imprensa se introspeccionam com angústia, porque todos sabiam dos comportamentos pessoais desviantes de Dominique Strauss-Khan (DSK) e como se repercutiam na sua vida profissional e política e nada disseram, expondo a França à humilhação. Digo isto, finalmente, com plena consciência do que estou a dizer, para a atenção do próximo primeiro-ministro, do presidente da República, de todos os responsáveis políticos em Portugal, da Imprensa, para que não digam que não sabiam e não foram avisados", disse a eurodeputada socialista.
Ana Gomes falava ao programa "Conselho Superior", da Antena 1, sobre a constituição do novo Governo. Manifestando "total apoio" à celeridade da formação de um executivo, recordou que Sócrates foi questionado sobre processos judiciais em que está envolvido quando fez a declaração de renúncia ao cargo de secretário-geral do PS. "É sintomático que se inquira em está de saída e não se questione quem está a entrar ou a reentrar", disse a eurodeputada socialista. "Estou a falar, evidentemente, do Doutor Paulo Portas", acrescentou.
Ana Gomes
lélio m p o
(Ver selecção de imagens mais abaixo)
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