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sábado, 11 de junho de 2011

Democracia Polaca em África

Primeiramente surpreendido pelas revoluções que derrubaram ditadores aliados árabes no Egito e na Tunísia, Washington tem-se adaptado rapidamente. Agora o lema é aproveitar o final da ditadura para impor a desregulamentação económica, ou seja, abrir o caminho para uma outra forma de exploração desses países. Assim como a CIA utiliza os activistas sérvios para lançar as revoluções de cor, agora usa os activistas para a transição polaca económica.

Agora, livres de Mubarak e Ben Ali, que modelo de transição democrática deveriam adoptar a Tunísia e o Egipto? Para Obama é sem dúvida o modelo polaco. O presidente dos EUA afirmou em Varsóvia a 28 de Maio 2008 que a Polónia efectuou «um percurso para a liberdade que inspirou numerosas pessoas não só neste continente mas em outros lugares». Alista assim o mérito que Varsóvia detém. Antes de mais, assinala-se o facto de que «os EUA e a Polónia desenvolveram uma parceria de defesa excepcional, com as raízes duradouras da aliança NATO».

De forma a fortalecer ainda mais esta aliança, o presidente Obama e o seu homólogo Komorowski anunciaram o destacamento de um contingente da U.S. Air Force na Polónia, consistindo em caças-bombardeiros F-16, ao lado daqueles que os EUA já venderam á Polónia. Será igualmente construido uma base balística para o «escudo anti-míssil». Entretanto, o Pentágono já enviou mísseis Patriot. Foi igualmente feita uma grande parceria entre forças especiais dos dois países e no treino comum das suas tropas (2,600 homens) que a Polónia tem no Afeganistão sob comando dos EUA. Anuncia-se também um acordo posterior que «reduzirá grandemente as barreiras do comércio de armas», permitindo assim a importação de armamento EUA por parte da Polónia, aumentando assim a sua dívida.

Compreende-se assim o entusiasmo de Obama no modelo polaco com esta declaração : «Queremos encorajar as nações do Médio-Oriente e África do Norte que lutam pela transição democrática, especialmente na Tunísia e no Egipto, a beneficiarem-se do exemplo polaco».

Este encorajamento não é apenas verbal. Em Varsóvia, os dois presidentes encontraram-se com «activistas polacos para a democracia» que tinham acabado de voltar de um «visita bem sucedida» á Tunísia, conduzida pelo ex-presidente Walesa (prémio Nobel da paz). Tendo em vista os resultados, decidiram enviar para a Tunísia «outros especialistas em transição para colaborar com o novo governo».

Obama também apreciou muito o facto de que, na Líbia, activistas polacos colaboram com Benghazi para uma «transição política» do país, ou seja, para a queda do actual governo de Tripoli. Obra esta inspirada por Washington. Elisabeth Sherwood-Randall, influente conselheira de Obama, precisou que «instituições democráticas nos EUA, entre as quais o NED, já estão a apoiar os esforços polacos nos movimentos árabes para a democracia». O papel destas «instituições democráticas», dirigidas e financiadas pela CIA, bem como outras agências federais, é claramente descrito pelo próprio NED quando afirma que o seu trabalho em Benghazi é facilitado por «importantes personalidades líbias que já tinham participado aos seus cursos leccionados em Marrocos e EUA».

O dinheiro não falta para estas actividades. O Banco europeu para a reconstrução e o desenvolvimento (BERD), depois de ter desmantelado e privatisado propriedades públicas da Polónia e de ouros países do leste, vai até ao Egipto e Tunísia oferecendo 5 mil milhões de dólares em troca de «reformas adequadas», que abririam as portas ás multinacionais e bases militares estrangeiras. Esta é a nova cruzada na qual se encontra na frente de batalha os polacos, orgulhosos de levar a insígnia de um F-16 fundado pelo dólar.

(Enviado por um Amigo)

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