“Foi mais
do que a habitual conversa”, disse fonte oficial ao New
York Times. Estados Unidos
encerram 22 embaixadas e consulados no domingo.
Embaixada
do Iémen, uma das que estará encerrada no domingo
Foi a intercepção de comunicações electrónicas entre
responsáveis operacionais da Al-Qaeda, em que estariam a ser discutidos ataques
contra alvos norte-americanos no Médio Oriente e Norte de África, que levou os
Estados Unidos a emitirem um alerta global aos seus cidadãos nessas regiões –
noticiou o New York Times.
O alerta,
na sexta-feira à noite, seguiu-se ao anúncio, na quinta, do encerramento de
embaixadas e consulados – um total de 22 segundo a AFP. Entre 14 representações
no Médio Oriente e Norte de África que no domingo ficarão fechadas, ao
contrário do habitual, estão as representações nos Emirados Árabes Unidos,
Argélia, Jordânia, Iraque, Egipto, Arábia Saudita, Djibuti, Bangladesh, Qatar,
Afeganistão, Sudão, Kuwait, Bahrein, Omã, Mauritânia, Iémen e Líbia.
O Reino Unido anunciou também na
sexta-feira o encerramento da embaixada no Iémen no domingo e na segunta-feira,
invocando razões de segurança. Já este sábado, a Alemanha e a França tomaram a
mesma decisão.
“Foi mais do que a habitual
conversa”, disse ao jornal fonte oficial não identificada, referindo-se às
comunicações interceptadas esta semana. Porta-vozes do Departamento de Estado e
da CIA, serviços secretos, recusaram fazer comentários.
O New
York Times escreve,
citando o SITE, grupo de monitoriza sitesislâmicos, que, entre a
informação interceptada, está um discurso do líder da Al-Qaeda, Ayman
al-Zawahri, colocado na terça-feira em fóruns, no qual apela a ataques a
interesses americanos, em resposta a acções militares no mundo muçulmano e
ataques de drones no Paquistão e Iémen.
O jornal cita também analistas de
segurança que notam que - após a morte de um embaixador e de três outros
norte-americanos no ano passado em Bengazi, na Líbia - o Departamento de Estado
passou a publicitar ameaças que se lhe afigurem credíveis, quer para alertar as
pessoas quer para ajudar a travar ataques iminentes.
“A decisão de fechar tantas
embaixadas e fazer um alerta global de um mês aos viajantes sugere que a ameaça
é real, está em estado avançado e iminente mas não há indicações sobre onde
[poderá acontecer], disse ao diário norte-americano Bruce Riedel, antigo membro
da CIA e investigador da organização não-governamental Brookings Institution.
Na quinta-feira, o Departamento de
Estado anunciou ter dado ordem a várias embaixadas e consulados para fecharem
ou suspenderem as suas actividades no domingo, 4 de Agosto, por
“precaução”. A administração norte-americana estudará depois disso reabertura
das representações diplomáticas que tenham encerrado mas admitiu que “é
possível que o encerramento seja por vários dias”.
Depois da decisão de encerrar as
representações diplomáticas, na sexta-feira o Departamento de Estado divulgou
uma nota que não refere qualquer país específico, mas pede aos cidadãos americanos que estejam atentos,especialmente
nas áreas turísticas, e recomenda que informem as autoridades dos seus planos
de viagens. O alerta é válido até ao final do mês de Agosto.
“Os terroristas podem usar vários
meios e armas e atingir interesses oficiais ou privados”, acrescenta o mesmo
alerta, referindo especificamente sistemas de transporte e infra-estruturas
turísticas.
Fonte da Casa Branca, que falou
sob anonimato, disse que o Presidente está “ao corrente de uma potencial ameaça
que decorreria na Península Arábica ou dela viria”. Barack Obama deu na
sexta-feira instruções à sua equipa de segurança nacional para tomar “todas as
medidas necessárias para proteger os americanos”
=Público=
Sem comentários:
Enviar um comentário