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sábado, 10 de agosto de 2013

Quem se importa com o lugar onde Edward Snowden vai morar?

As discussões consequentes da  bela e desprendida atitude de Edward Snowden aconselham a todos os governantes a levar em conta a amplitude a profundidade das pretensões  imperialistas dos falcões norte-americanos.  Agora, estamos sabendo, têm eles acesso a todas as comunicações via telefone e internet, no mundo inteiro, de quaisquer cidadãos, entidades, empresas, governos etc. que não possam dispor de salvaguardas tecnológicas.

Mas o conflito ético-político vai muito além disso.  Como já vimos, o império já chegou  até a atribuir a si o dom (divino? Advindo do Destino Manifesto?) de poder  convencer países, tidos como soberanos,  a negar, de modo apressado, e infringente de todos os códigos de convivência pacífica entre os Estados,  o trânsito  de  presidente de outra nação (Evo Morales, da Bolívia) por seu espaço aéreo como o fizeram França , Espanha e Portugal, presas  -  em especial a impávida França  -   de uma subserviência até então insuspeita.

Ficam ainda umas dúvidas.  A extravagante ação imperial dos EUA foi realmente motivada pela suspeita infundada de  Snowden encontrar-se no avião presidencial boliviano com destino a asilo político em La Paz?  Ou o ato de força foi simplesmente uma advertência aos governos progressistas da América, quanto às investidas que poderão ter de suportar, caso não se enquadrem nos limites político-econômicos  balizados por aquele império? Ou valem as duas interrogações?  Fico com  esta última.

A denúncia feita por Snowden teve , por outro lado, a particularidade de, ao revelar a terceirização de serviços de inteligência dos EUA, desnudar a privatização de setores adstritos à segurança nacional daquele país.  Se  ações estratégicas, de alta complexidade e elevado risco (como está agora comprovado) foram transferidas da sofisticada Agência de Segurança Nacional para a iniciativa privada, pode-se aduzir, com segurança, que ali encontra-se o berço e o paraíso do patrimonialismo:  aquele sistema de governo onde as elites costumam confundir o patrimônio privado com o público, em detrimento deste.

Antes, já havia robustos indícios disto, dos quais o FED-Federal Reserve (Banco Central de lá) é o melhor exemplo, pois, desde a própria fundação, o seu capital teve a participação majoritária de grandes bancos privados dos EUA e Europa (conforme consta de exposição feita em site pelo advogado e professor da FGV  Nehemias Gueiros Júnior, intitulada: "A Maior Fraude da História").

Finalmente, uma confirmação importante:  o Reino Unido  -  que no cinema é representado pelo agente secreto a quem se delegou o apenas teatral direito de matar, último resquício da debilitada arrogância inglesa  -, em assuntos de inteligência, não passa de "uma franquia dos EUA".

C. C.


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