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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Síria: ONU não chega a acordo para pedir investigação sobre ataque químico

Rússia e China terão travado as ambições da comunidade internacional
O Conselho de Segurança da ONU foi incapaz de chegar a acordo para pedir formalmente uma investigação após a denúncia de um ataque químico nos arredores de Damasco, em que terão morrido pelo menos 1.300 pessoas, segundo a oposição síria.

«Posso dizer que há uma grande preocupação entre os membros em relação a estas alegações e um sentimento generalizado de que é preciso esclarecer o que aconteceu», disse a representante argentina e atual presidente em funções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, María Cristina Perceval, depois de quase três horas de reunião à porta fechada.

Embora tenham dito apoiar a determinação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de pedir uma investigação imparcial sobre os acontecimentos, os membros do Conselho não foram capazes de chegar a consenso sobre uma resolução ou declaração presidencial (um documento de menor alcance) para pedir formalmente que se investigue este incidente.

A Coligação Nacional Síria (CNFROS) denunciou na quarta-feira que pelo menos 1.300 pessoas morreram num ataque com armas químicas realizado pelo exército nos arredores de Damasco, acusações que foram rejeitadas quase de forma imediata pelo regime de Bashar Al-Assad.

Segundo informações de fontes diplomáticas à Efe, a reunião evidenciou novamente a divisão no Conselho de Segurança sobre o conflito sírio, depois de a Rússia e China se terem recusado a apoiar uma ação mais enérgica pelo maior órgão de decisão da ONU.

A embaixadora da Argentina disse que «todos» concordaram que, a confirmar-se o uso de armas químicas, por qualquer das partes e em qualquer circunstância, seria uma violação do direito internacional, e em pedir um cessar-fogo e o fim das hostilidades.

No final da reunião, o embaixador adjunto britânico, Philip Parham, disse que pelo menos 35 países enviaram uma carta, na noite de quarta-feira, ao secretário-geral da ONU, a exigirem a realização de uma investigação, mas não entrou em detalhes sobre quais os países que se opuseram.

A Rússia, tradicional aliado do regime sírio e um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança que participou nas reuniões e com poder de veto, já havia deixado antever que não facilitaria um movimento do Conselho depois de assegurar desde Moscovo que o ataque foi lançado a partir de posições controladas pelos rebeldes.

«Em vez de procurarem a verdade e pedirem a cooperação com os investigadores da ONU, a Rússia e China escolheram mais uma vez proteger um governo que está a massacrar o seu próprio povo», disse depois da reunião do Conselho de Segurança o responsável da organização defensora dos direitos humanos «Human Rights Watch» nas Nações Unidas, Philippe Bolopion.

As autoridades sírias desmentiram o recurso a armas químicas nos bombardeamentos. De acordo com o Governo sírio, estas acusações são «uma tentativa para impedir a comissão de inquérito das Nações Unidas sobre armas químicas de realizar bem a missão».

Os investigadores da ONU chegaram à Síria há vários dias para averiguar sobre a utilização de armas químicas na guerra civil no país.

O chefe da equipa de inspetores da ONU que está na Síria, Ake Sellstrom, está em conversações com as autoridades sobre informações relativas ao ataque com armas químicas.

=TVI24=

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