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domingo, 11 de agosto de 2013

União Europeia é um dos principais alvos da espionagem norte-americana

Revista alemã Der Spiegel revela novos documentos recolhidos pelo analista informático Edward Snowden.
Os EUA dedicam especial atenção à política externa, comércio internacional e estabilidade económica

A União Europeia é um dos principais alvos dos programas de espionagem dos Estados Unidos, de acordo com documentos confidenciais recolhidos pelo analista informático Edward Snowden e divulgados neste sábado pelo site da revista alemã Der Spiegel.
Num relatório datado de Abril de 2013, a Agência de Segurança Nacional (NSA) define uma escala de 1 a 5 para classificar países e assuntos de acordo com a sua importância para os interesses norte-americanos, sendo 1 a prioridade máxima.
Entre os alvos prioritários dos serviços de espionagem norte-americanos estão países com a China, a Rússia, o Irão, o Paquistão, a Coreia do Norte ou o Afeganistão, mas várias matérias definidas pela União Europeia e pelo Governo da Alemanha são classificadas com o nível 3.
Segundo a revista Der Spiegel, os documentos mostram que a NSA está especialmente atenta aos assuntos de política externa, comércio internacional e estabilidade económica da União Europeia e da Alemanha. Temas como a inovação tecnológica, a segurança energética ou a alimentação estão entre os que despertam menos interesse ao governo dos Estados Unidos.
Para além desta classificação, a revista alemã avança que o relatório da NSA confirma notícias anteriores sobre a espionagem de representações da União Europeia em Washington e Nova Iorque.
Alemanha e França são os dois países com mais destaque no radar dos serviços secretos dos Estados Unidos, à frente de Itália e Espanha – a notícia da Der Spiegel não faz referência ao Reino Unido.
A revista alemã avança ainda que a maioria dos países europeus não está entre os prioritários na lista da NSA, dando como exemplos a Finlândia, a Croácia, a Dinamarca e a República Checa.
Na segunda-feira, a ministra alemã da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, disse que a União Europeia deve penalizar os actos de espionagem por serviços secretos estrangeiros. "As empresas americanas que não respeitem essas medidas devem ser excluídas do mercado europeu", afirmou a ministra, em entevista ao diário Die Welt.
Dois dias antes destas declarações, o Governo da Alemanha anunciara o fim de um acordo de espionagem com os Estados Unidos e com o Reino Unido, assinado na década de 1960, na sequência das revelações sobre os programas de vigilância da Agência de Segurança Nacional norte-americana.

Na sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou um conjunto de medidas para tornar as decisões sobre os programas de vigilância "mais transparentes" e para transmitir "mais confiança" aos cidadãos norte-americanos.
=Público=

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