A Síria aderiu formalmente, na sexta-feira, à
convenção da Organização das Nações Unidas, que proíbe o uso de armas químicas.
O anúncio foi feito aos jornalistas pelo embaixador sírio na ONU, Bashar
Jaafari. O diplomata disse que “o instrumento de acesso” foi entregue por ele
ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Os chanceleres dos Estados Unidos e da Rússia
iniciaram uma ronda de negociações para colocar as armas químicas sírias sob
controlo internacional.
A adesão do país ao tratado internacional
tornou-se possível após o presidente da Síria, Bashar al Assad ter assinado um
decreto legislativo em Damasco. A convenção exige dos seus signatários a
destruição de todas as armas químicas, mesmo que não existam. (!!!)
Assad negou que esteja a entregar as armas
químicas devido à ameaça de intervenção militar dos Estados Unidos, mas sim
pela proposta russa para a retirada dos armamentos e bombardeamentos previstos.
O Porta-voz da ONU, Farhan Haq, disse que o “secretário-geral
recebe com satisfação este acontecimento e, como depositário da convenção, tem
defendido” a adesão universal ao documento.
“Dados os recentes acontecimentos, ele espera
que as negociações desenroladas em Genebra, levem a um rápido acordo, endossado
e assistido pelça comunidade internacioonal”.
Antes disso, Haq tinha confirmado que a ONU
havia recebido, e estava a traduzir os documentos da Síria para a adesão do
país à convenção internacional contra o uso de armas químicas.
A adesão ocorreu no mesmo dia em que os
chanceleres norte-americanos e russo iniciaram, em Genebra, uma ronda de
negociações com o objectivo de evitar aos bombardeamentos e a colocação das
armas químicas sob controlo internacional e evitar uma intervenção externa numa
guerra civil que dura há dois anos e meio e já fez mais de cem mil mortos.
O secretário de Estado dos USA, John Kerry,
rejeitou a sugestão de Assad para começar a entregar as informações sobre o seu
arsenal de armas químicas um mês depois de assinar a convenção da ONU sobre o
tema.
Numa entrevista colectiva em Genebra ao lado
do Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, o representante
americano observou que o designado “ditador sírio” comentou que o prazo de
trinta dias seria padrão. Segundo ele, porém, “não existe qualquer padrão nesse
processo”.
Kerry salientou que os Estados Unidos
poderiam atacar a Síria se Assad não aceitasse o desmantelamento do seu arsenal
de armas químicas. “Haverá consequências se isso não acontecer”, insistiu. Lavrov, por sua vez, afirmou que o
desmantelamento do arsenal “tornará desnecessário qualquer ataque à Síria”.
Os inspectores da ONU que investigaram as
mortes por produtos químicos na Síria entregarão, amanhã mesmo, o relatório
sobre a investigação do suposto ataque com gás na periferia de Damasco há
semanas, isto segundo o MNE francês, Laurent Fabius.
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