EUA,
Rússia, Alemanha e França mantêm primeiros lugares. Comércio mundial de
armamento cresceu 17% entre 2008 e 2012.
Vendas chinesas aumentaram em muito devido ao
interesse do Paquistão
A China tem um lugar cada vez mais destacado no comércio mundial
de armas convencionais. É agora o quinto maior exportador, depois de ter ultrapassado
o Reino Unido, segundo um relatório publicado esta segunda-feira pelo instituto
SIPRI, que tem sede em Estocolmo.
As exportações chinesas representaram cinco por cento das vendas
de armamento entre 2008 e 2012, contra dois por cento nos cinco anos
anteriores, devido a um aumento de 162% do volume de transacções. O comércio
mundial de armamento cresceu no mesmo período 17%.
É
a primeira vez que o Reino Unido não está nos cinco primeiros lugares desde
1950, data da informação mais antiga que o Sipri tem. À cabeça da lista de
vendedores continuam, largamente destacados, os Estados Unidos, com 30% do
comércio, e a Rússia, com 26%. Alemanha, com sete por cento, e França, com
seis, surgem nos lugares seguintes.
Há
20 anos que não havia mudanças no grupo dos cinco principais vendedores. A
China esteve nesse grupo no período 1986-1990, recorda a Reuters. “A
ascensão da China é principalmente motivada por importantes aquisições de armas
do Paquistão”, explicou, num comunicado, Paul Holtom, director de pesquisas do
instituto.
Mais
de metade das exportações do Governo de Pequim, 55%, foram para o Paquistão,
que deverá, segundo o IPRIS, manter-se nos próximos anos em lugar de destaque
nas vendas chinesas devido a encomendas já feitas de aviões de combate, submarinos
e fragatas. Birmânia, Bangladesh, Argélia, Marrocos e Venezuela foram outros
importantes compradores de armas chinesas nos últimos anos.
Um
porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Hong Lei, comentou
o relatório dizendo, segundo a Reuters, que a China é um exportador
responsável, que cumpre as leis internacionais sobre a matéria.
Num
relatório publicado em Fevereiro, o SIPRI (Stockholm International Peace
Research Institute) observou que, em 2011, pela primeira vez em 20 anos, as
vendas dos cem maiores grupos mundiais de armamento diminuíram. Motivo? A
austeridade. Mas esse estudo não incluiu a China. O governo de Pequim não
publica estatísticas de exportação de armas.
A
indústria chinesa de armamento desenvolveu-se bastante em resposta às
restrições impostas pelos países ocidentais à venda de equipamento militar após
a repressão do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, em 1989. O que não
significa que, apesar da redução que se tem vindo a verificar, não continue a
ser também um importante importador: é o segundo a nível mundial, atrás da
Índia.
No
período abrangido pelo relatório divulgado esta segunda-feira, a Ásia e a
Oceania foram responsáveis por quase metade das importações de armas
convencionais: 47%. Os cinco principais compradores são todos asiáticos: Índia,
12%; China, 6%; Paquistão, 5%; Coreia do Sul, 5%; e Singapura, 4. Na Europa as
aquisições baixaram 20%. E alguns países estão a procurar desfazer-se de
equipamento por dificuldades financeiras. Portugal, que está a negociar a venda de caças F-16, é um dos casos referidos
no relatório.
“Com
a crise financeira na Europa, a retirada do Iraque e a redução no Afeganistão,
poderemos esperar ver a Europa a tentar exportar um considerável volume de
equipamento militar excedentário”, disse Mark Bromley, investigador do
SIPRI.
Os
estudos do prestigiado SIPRI dão conta de volumes de armamento transaccionado,
não do seu valor financeiro.
=Público=
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