Ação convocada pelo Movimento Revolucionário
A polícia angolana deteve 18 pessoas em Luanda,
durante uma tentativa de concentração para uma manifestação antigovernamental.
Esta é a versão da organização, enquanto as autoridades confirmam a detenção de
doze.
A ação foi convocada pelo autodenominado Movimento Revolucionário (MR) para protestar contra o desaparecimento de dois jovens angolanos, a 27 de maio do ano passado, quando tentavam organizar uma ação reivindicativa de ex-militares, disse à agência Lusa Mbanza Hamza, da organização
Os dois jovens, Isaías Cassule e António Alves Kamulingue, nunca mais foram vistos e o MR e as famílias exigem que sejam dadas explicações.
O objetivo do protesto deste sábado, convocado com o lema «Direito à Vida e Liberdade de quem pensa diferente», tinha prevista uma concentração junto ao cemitério de Santa Ana, defronte do Comando Provincial da Polícia Nacional, a que se seguiria uma marcha, ao longo de três quilómetros, até à Praça da Independência.
Pela manhã, ao chegar ao local, a agência Lusa testemunhou o desdobramento de dezenas de agentes da polícia, enquadrados por polícia montada e efetivos da Polícia de Intervenção Rápida.
Os jornalistas foram impedidos de trabalhar e, juntamente com Lisa Rimli, investigadora da Human Rights Waych, ameaçados de bastonadas senão abandonassem o local, sem que nenhum oficial da polícia justificasse a medida ou aceitasse identificar-se.
Os jornalistas foram forçados a retirar-se do local, imediatamente depois de dois dos organizadores da manifestação, Luaty Beirão, «rapper» conhecido por Brigadeiro Matafrakuz ou Ikonoclasta, e Adolfo Campos, terem sido detidos.
«Os dois foram detidos quando procuraram provar ao comandante do contingente da polícia no local a legalidade da concentração-manifestação, mostrando-lhe o documento enviado no passado dia 05 ao Governo Provincial», disse Mbanza Hamza.
Segundo a fonte, o oficial da polícia alegou que devido a um festival de motociclismo e outro de música estarem marcados para o mesmo local, a iniciativa do MR estava proibida.
De acordo com a legislação angolana, qualquer evento público tem obrigatoriamente de ser comunicado ao Governo Provincial, que se não disser nada em contrário nas 48 horas seguintes, está automaticamente a autorizar a iniciativa comunicada.
O festival de motociclismo, o primeiro de que há memória na zona urbana de Luanda, decorreu durante a manhã e consistiu no desfile, em alta velocidade e com algumas acrobacias, de dezenas de motos, de cilindradas variadas. O desaparecimento de Cassule e Kamulingue é referido num relatório que a organização Human Rights Watch enviou ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU sobre Angola e a frustrada ação de hoje do MR para exigir informações sobre o paradeiro dos dois desaparecidos não foi a primeira.
No passado dia 22 de dezembro, a polícia reprimiu uma manifestação organizada em Luanda para exigir uma explicação oficial sobre os desaparecimentos, refere o relatório da HWR.
A agência Lusa tentou obter junto do Comando Provincial da Polícia Nacional um comentário aos acontecimentos de hoje em Luanda, mas ninguém se manifestou disponível para falar.
A ação foi convocada pelo autodenominado Movimento Revolucionário (MR) para protestar contra o desaparecimento de dois jovens angolanos, a 27 de maio do ano passado, quando tentavam organizar uma ação reivindicativa de ex-militares, disse à agência Lusa Mbanza Hamza, da organização
Os dois jovens, Isaías Cassule e António Alves Kamulingue, nunca mais foram vistos e o MR e as famílias exigem que sejam dadas explicações.
O objetivo do protesto deste sábado, convocado com o lema «Direito à Vida e Liberdade de quem pensa diferente», tinha prevista uma concentração junto ao cemitério de Santa Ana, defronte do Comando Provincial da Polícia Nacional, a que se seguiria uma marcha, ao longo de três quilómetros, até à Praça da Independência.
Pela manhã, ao chegar ao local, a agência Lusa testemunhou o desdobramento de dezenas de agentes da polícia, enquadrados por polícia montada e efetivos da Polícia de Intervenção Rápida.
Os jornalistas foram impedidos de trabalhar e, juntamente com Lisa Rimli, investigadora da Human Rights Waych, ameaçados de bastonadas senão abandonassem o local, sem que nenhum oficial da polícia justificasse a medida ou aceitasse identificar-se.
Os jornalistas foram forçados a retirar-se do local, imediatamente depois de dois dos organizadores da manifestação, Luaty Beirão, «rapper» conhecido por Brigadeiro Matafrakuz ou Ikonoclasta, e Adolfo Campos, terem sido detidos.
«Os dois foram detidos quando procuraram provar ao comandante do contingente da polícia no local a legalidade da concentração-manifestação, mostrando-lhe o documento enviado no passado dia 05 ao Governo Provincial», disse Mbanza Hamza.
Segundo a fonte, o oficial da polícia alegou que devido a um festival de motociclismo e outro de música estarem marcados para o mesmo local, a iniciativa do MR estava proibida.
De acordo com a legislação angolana, qualquer evento público tem obrigatoriamente de ser comunicado ao Governo Provincial, que se não disser nada em contrário nas 48 horas seguintes, está automaticamente a autorizar a iniciativa comunicada.
O festival de motociclismo, o primeiro de que há memória na zona urbana de Luanda, decorreu durante a manhã e consistiu no desfile, em alta velocidade e com algumas acrobacias, de dezenas de motos, de cilindradas variadas. O desaparecimento de Cassule e Kamulingue é referido num relatório que a organização Human Rights Watch enviou ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU sobre Angola e a frustrada ação de hoje do MR para exigir informações sobre o paradeiro dos dois desaparecidos não foi a primeira.
No passado dia 22 de dezembro, a polícia reprimiu uma manifestação organizada em Luanda para exigir uma explicação oficial sobre os desaparecimentos, refere o relatório da HWR.
A agência Lusa tentou obter junto do Comando Provincial da Polícia Nacional um comentário aos acontecimentos de hoje em Luanda, mas ninguém se manifestou disponível para falar.
=TVI24=
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