Sessão do
tribunal mostra divisões dos juízes. Para já, todos pensam que vão vencer.
Discussão
de pontos de vista opostos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo à
porta do Supremo
Alguns defensores do casamento gay estavam acampados à porta do Supremo
há cinco dias para assegurar que conseguiam um dos 60 a 70 lugares disponíveis
para o público no primeiro dia de audiências sobre dois casos ligados ao
casamento gay no Supremo Tribunal dos Estados
Unidos, que pela primeira vez se vai pronunciar sobre o tema. No final da
sessão, quer os apoiantes quer os opositores do casamento entre pessoas do
mesmo sexo saíram "satisfeitos" com os argumentos e declarando
expectativas de que o seu lado irá vencer.
Artigos
na imprensa norte-americana apontavam a polarização do tribunal, e a apreciação
dos activistas parecia sublinhá-la. "Acho que vamos vencer", dizia
Andy Pugno, defensor da Proposition 8, que foi aprovada na Califórnia nas
eleições de 2008 e ditava a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo
no estado. "Os juízes colocaram boas questões, ponderadas, e conseguimos
dizer tudo o que queríamos em tribunal", declarou ao Los Angeles Times. "Um dos
juízes disse que isto é algo mais recente do que os telemóveis e a Internet e
questionou se seria algo que o tribunal deveria decidir à pressa".
O
outro lado mostrou-se igualmente confiante de que a sessão tinha corrido bem
para os defensores da reversão da Proposition 8. Jon Davidson, director de uma
organização de defesa de direitos de homossexuais Lambda Group, sublinhou uma
altura que classificou como decisiva: quando um dos juízes perguntou a um
advogado defensor da Proposition 8, Charles Cooper, se havia uma base racional
para tratar de modo diferente homossexuais em qualquer área, como emprego, que
não o casamento. Cooper disse que não.
Mudança na
opinião pública
A mudança na opinião pública em relação à questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma das maiores, e mais rápidas, em qualquer questão da última década, diz o Los Angeles Times.
A mudança na opinião pública em relação à questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma das maiores, e mais rápidas, em qualquer questão da última década, diz o Los Angeles Times.
Uma
sondagem do instituto Pew mostra que um em cada sete americanos tinham mudado
de opinião em relação ao assunto, a maioria de uma posição contra para a favor.
A maioria deu como razão para a mudança o ter um amigo ou familiar homossexual.
Nos
Estados Unidos, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é agora permitido em nove
estados e em Washington DC, e vários estados deverão votar medidas para o
permitir ainda este ano. No entanto, diz o New York Times, esta mudança
dá argumentos tanto aos defensores como aos opositores da reversão da
Proposition 8.
Os
que desafiam a proibição pedem ao tribunal que tenha uma atitude de liderança
representando esta mudança na opinião pública. Os que defendem a medida, dizem
que o facto de haver mais estados a aprovar o casamento gaysignifica
que o processo democrático está a funcionar e o tribunal não deveria
interferir.
E
os próprios juízes questionaram sobre deveriam mesmo estar a decidir sobre o
caso, como Anthony M. Kennedy, um dos juízes ouvidos com mais atenção já que,
nota o Washington Post, deverá ser
dele o voto crucial. O juiz expressou compreensão pelos filhos dos casais gay,
lembrando que há "cerca de 40 mil crianças que vivem com pais do mesmo
sexo", e que "querem que os pais tenham pleno reconhecimento e
estatuto". Mas também foi Kennedy a levantar a questão da incerteza das consequências
de algo muito novo: "São cinco anos de informação [em que há casamento de
casais homossexuais] contra 2000 anos de História", declarou.
=Público=
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