O
governo dos EUA anunciou na segunda-feira, dia 11, a expulsão de dois
diplomatas venezuelanos. Segundo o jornal Valor,
“a atitude é uma represália à medida similar adotada pelas autoridades de
Caracas, o que complica as gestões para melhorar as relações bilaterais após a
morte do presidente Hugo Chavez”. Na prática, a iniciativa do império visa
interferir no processo eleitoral em curso na Venezuela, em que se enfrentarão o
candidato chavista Nicolas Maduro e o empresário direitista Henrique Capriles.
Os dois “diplomatas”
ianques foram expulsos pouco antes do anúncio da morte de Hugo Chavez, em 5 de
março. Os adidos militares David Del Mônaco e Deblin Costal foram acusados de
conspiração. Segundo o serviço de inteligência, eles entraram em contato com oficiais
do Exército propondo um plano de desestabilização do país. Pelo twitter, o
ministro da Defesa, Ernesto Villegas, foi duro: “Vocês têm 24 horas para
abandonar o território”. Já Nicolas Maduro lamentou o oportunismo dos EUA “numa
hora tão difícil para os venezuelanos”.
Documentos
vazados pelo WikiLeaks
Num primeiro momento, o
presidente Barack Obama não se pronunciou sobre a expulsão dos seus
“diplomatas”. Agora, já em plena disputa presidencial, ele parte para a
“represália” com o objetivo de tumultuar a eleição. A iniciativa confirma
recentes documentos vazados pelo WikiLeaks que mostram que o império continua
ativo na Venezuela. Segundo vários telegramas, os EUA promoveram reuniões com
líderes da direita venezuelana com o objetivo explícito de unir a oposição para
as eleições de outubro de 2012.
Um deles relata os
encontros entre a empresa de espionagem Stratfor e Henrique Capriles, que
obteve 45% dos votos nas eleições do ano passado e que é novamente candidato.
Cobrindo o período de julho de 2004 a dezembro de 2011, eles trazem detalhes
sobre a política local. Num deles, a Stratfor prega a união da oposição para
promover “a revolução na Venezuela”. Há seguidas referências ao grupo sérvio
Canvas (Center for Applied Non Violent Action and Strategies), que orienta os
passos para derrotar o chavismo.
“Quando alguém nos pede
ajuda, como é no caso da Vene [Venezuela], fazemos a pergunta ‘O que
fazer?’. Analisamos a situação e depois vem a ‘missão’ e também o conceito
operacional – o plano de campanha”, afirma um dos telegramas. Em outro a
Stratfor afirma que, “por causa da completa desconfiança entre os diferentes
grupos da oposição venezuelana, a empresa teve que fazer a análise inicial...
Cabe à oposição venezuelana saber aonde quer chegar. Em outras palavras,
depende da oposição perceber que a falta de unidade poderia fazê-los perder a
eleição antes mesmo dela ter começado”.
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Nicolas
Madura lança sua candidatura a presidente
T. M.
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