Nos dias atuais,
veio à tona a revelação do fortíssimo lobby, capitaneado pela
CIA,  destinado à eleição de João Paulo II ao papado.  O cardeal
Karol Wojtyla  -  antes convenientemente tido como progressista e
adepto do pensamento do Concílio Vaticano II  - tão logo assumiu o papado,
impulsionou uma campanha oculta, com a forte participação da CIA (sobretudo com
o decisivo aporte financeiro desta), contra o regime comunista da Polônia.  Inclui-se,
aí, o visível apoio  ao sindicato Solidariedade.  O resultado foi a
queda do governo comunista polonês, o que armou o gatilho  do efeito
dominó que esfacelou, logo em seguida, o império comunista da URSS. 
Na contemporânea
fase luminosa  da América do Sul, o império norte-americano promove um mal
dissimulado enfrentamento, em maior ou menor grau, contra os diversos governos
progressistas da Região.  A nova modalidade de golpes de Estado aplicada
em Honduras e Paraguai  -  dada a entender como ameaça,  pelos
arreganhos  de dentes de poderosos membros dos poderes legislativo e/ou
judiciário, contra os governantes dessas democracias sul-americanas  -,
 tanto pode representar advertência ou uma experiência-pitolo para golpes
de Estado mais ambiciosos envolvendo, por exemplo, governos como o do Brasil e
Argentina. 
A renúncia de Bento
XVI veio a calhar para os interesses geopolíticos dos EUA nesta parte do mundo.
 Esse acontecimento, para cuja ocasião  o cardeal Jorge Mario
Bergoglio já vinha se preparando  -  por incrível que pareça  -
  desde 2010 (vide informe abaixo a esse respeito), criou a oportunidade
para a eleição de um papa (o próprio Bergoglio, como já se viu),   na
medida exata para os interesses geopolíticos do imperialismo ianque na América
Latina.
O tal pontífice,
assim como João Paulo II o foi,  é justamente um homem anticomunista
obcecado, o ultra conservador  Bergoglio, um ser "clarividente",
como indica o relato a seguir::
   
            Em 2010, "ansioso pela
possibilidade de assumir o papado em caso de renúncia de Joseph Ratzigner,
Bento 16, Bergoglio encomendou uma operação de 'limpeza' de seu nome.  Segundo reportagem
do jornal argentino Página/12, o
livro El Jesuíta foi
escrito com a intenção de desfazer as más impressões criadas em torno do
religioso pelo período em que comandou a Companhia de Jesus, entre 1973 e
1979".  [Trecho extraído de matéria contida no e-mail encimado
pelo "Assunto:  Papa Chico 1º  é associado a
sequestros de jesuítas e bebê durante ditadura argentina" - veiculado pelo
amigo Tarcílio, do bloglimpinhoecheiroso].
Se, durante a
ditadura argentina, a  atuação  do cardeal Bergoglio   -
 de cuja obsessividade contra o comunismo só parece haver paralelo na
fixação político-anticomunista de João Paulo II  -, dada como vergonhosa
nas matérias noticiadas via internet, for mesmo aquela que vem sendo divulgada,
ele não deveria ter a menor condição ética para ser eleito papa.  Isto,
pelos padrões morais que a própria Igreja costuma apregoar como norma de
conduta para os seus representantes, mormente quando se trata de um Sumo
Pontífice.  
Entretanto, como a
eleição de Francisco I era do interesse da ala conservadora que controla o
Vaticano e, mais ainda, favorável às investidas do imperialismo dos EUA contra
os governos progressistas deste Continente, às favas com a ética.
Estamos, pois, em
via de saber se o papa recém-eleito vai tentar reeditar, na porção da América
abaixo do Rio Grande, o papel que Wojtyla exerceu, especialmente na Europa,
 na  sua cruzada ferrenhamente anticomunista.  Agora já não há
mais comunismo real a combater, mas nada impede que ele seja imputado, de
alguma forma, a governantes marcados para cair. O PiG existe para missões como essa.
Os antecedentes do
papa Francisco I na Argentina, se verdadeiros, certamente o credenciam a ser
até mais veemente,  em uma possível campanha subterrânea contra os
governantes progressistas da América Latina, do que foi João Paulo II contra o
comunismo na Europa com grande sucesso.
Um detalhe
significativo, divulgado sobre a Argentina, é que as suas lideranças de
ultra-direita haviam ficado frustradas quando Bergoglio  -  "um
dos mais duros críticos do governo da presidente Cristina Kirchner"
 -    ficou em segundo lugar no pleito que elegeu Bento XVI.
Agora, como papa Francisco I, deve ter enchido a direita argentina de
esperanças de voltar ao poder, com o seu poderoso apoio.
Mais alguns dados
sobre o  então cardeal Bergoglio em seu relacionamento com a ditadura
argentina (1976-1983):
-
 "Bergoglio é acusado de ter sido cúmplice de crimes cometidos pela
ditadura cívico-militar de seu país (1976-1983)".
-  "De
acordo com a Associação das Mães da Praça de Maio, Bergoglio foi 'cúmplice da
ditadura'".
-
 "Bergoglio, amigo do comandante da Marinha Emilio Massera e de
Rafael Videla, membros da primeira Junta Militar da ditadura que em 7 anos
deixou 30 mil mortos, foi chamado a depor em vários processos que envolvem
crimes desse regime. É investigado pela colaboração com a ditadura". 
-  "Nos
dois processos mais famosos, responde pela ajuda que teria dado ao sequestro e
à tortura de dois jesuítas e à apropriação de bebês, prática comum do regime
militar".
-
 "Francisco Jalics e Orlando Yorio, os jesuítas sequestrados, acusam
Bergoglio de havê-los denunciado".
Finalmente, a
escolha de Francisco I como sua denominação papal, pode representar a
simbologia de um ato de contrição de Bergoglio pelo passado político nebuloso
durante a ditadura militar na argentina.  Essa autodenominação remete à
memória de um homem santo que dedicou a vida ao amor pelos pobres e pelos
animais, segundo historia a Igreja.  Assim, o ato de Bergoglio poderia
constituir uma sinalização de que, doravante, a sua opção pelos pobres  é
verdadeira.
Sob outro ângulo, a
atuação pregressa do novo papa encoraja um juízo diverso:  a própria
denominação como Francisco I não passaria de uma encenação para fazê-lo ser
aceito como um ser piedoso, um novo Francisco de Assis, e, ao mesmo tempo,
acalmar os ânimos exaltados na Argentina e neutralizar as repercussões
negativas que ora estão a ocorrer mundo afora.   
M. N. C.

 
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