O Presidente
interino da Venezuela, Nicolás Maduro, candidato à presidência, recorreu na
segunda-feira à televisão para apresentar medidas de Governo, depois de ter
aberto uma conta no Twitter, seguindo o estilo do falecido líder Hugo Chávez.
Com o retrato do libertador
Simón Bolívar nas costas, Maduro falou a partir do salão Ayacucho de
Miraflores, que era habitualmente usado por Chávez para se dirigir pela
televisão aos venezuelanos.
Maduro apresentou medidas económicas e falou com
os seus ministros no recém-estreado programa de televisão Diálogo Bolivariano.
Maduro deu a palavra a representantes do sector
empresarial que se encontravam no salão para assistir à aprovação de novas
medidas para proporcionar recursos ao sector produtivo, perguntou as razões das
medidas e exortou os eleitores a não confiarem nas eleições de 14 de Abril.
A grande novidade foi, no entanto, a utilização
da sua nova conta na rede social Twitter - que em pouco mais de 24 horas
atingiu 290 mil seguidores - ao convertê-la num elemento de interacção através
da televisão.
O Presidente interino leu mensagens de apoio e
contestou uma mensagem de uma utilizadora do Twitter que o acusou de
instrumentalizar o nome de Hugo Chávez para conseguir votos.
"Eu não tenho que ir, eu estou, eu sou o
Presidente da República e vou ser ratificado pelo voto de um povo",
respondeu Maduro.
No perfil da sua conta, o governante
autodefine-se como "Presidente (I) da República Bolivariana da Venezuela.
Filho de Chávez, custódio de seu legado. Comprometido em construir a Pátria com
eficiência revolucionária".
A conta de Maduro também inclui
um link para um blog criado recentemente (http://nicolasmaduro.org.ve) e que
junta todas as actividades e notícias relacionadas com o candidato
presidencial.
Com mais de quatro milhões de seguidores, Hugo
Chávez, que faleceu a 5 de Março, aos 58 anos, vítima de cancro, era o segundo
governante mais seguido do mundo pelo Twitter, atrás do Presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama.
Os partidos da oposição têm criticado
reiteradamente o que consideram tratar-se do uso abusivo dos recursos do Estado
e da televisão pública por parte de Maduro e do Governo com fins eleitorais.
As eleições na Venezuela decorrem a 14 de Abril,
para eleger o Presidente que finalizará em 2019 o mandato iniciado por Chávez a
10 de Janeiro.
N. M.
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