Ex-Presidente
pôs fim a um exílio auto-imposto de quatro anos e aterrou neste domingo em
Carachi para concorrer às eleições de 11 de Maio.
Musharraf
no sábado, antes de deixar o Dubai
Depois de mais de quatro anos de exílio – e apesar de ter
recebido ameaças de morte dos taliban – o ex-presidente Pervez Musharraf
regressou ao Paquistão na manhã deste domingo.
O voo de Musharraf, que esteve no poder entre 1999 e 2008 e que
tenciona participar nas eleições gerais de 11 de Maio, chegou por volta das 13h
locais (8h em Lisboa) a Carachi, no Sul do país, vindo do Dubai. O regresso de
Musharraf acontece numa altura de grande tensão, com ameaças de morte dos
taliban paquistaneses, caso voltasse a entrar no país.
“Não
me sinto nervoso, mas estou preocupado com alguns desconhecidos [com ligações]
ao terrorismo e ao extremismo, com os procedimentos judiciais [em curso, contra
ele] e com o meu resultado nas eleições”, disse Musharraf antes de deixar o
aeroporto do Dubai.
Em
Carachi, está previsto que se encontre com os seus partidários ainda no
aeroporto, por volta das 17h locais. A escolha do local está relacionada com
questões de segurança: por causa das ameaças de morte que recebeu, as
autoridades não autorizaram que o encontro decorresse junto ao túmulo do
fundador do Paquistão, Mohammed Ali Jinnah, onde Musharraf tinha inicialmente
pensado.
O
Movimento dos Taliban do Paquistão (TTP), grupo com ligações à Al-Qaeda que
tentou impedir o regresso do ex-presidente ao país com ameaças de morte,
critica a aliança do Paquistão com os Estados Unidos iniciada por Musharraf
depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001. Os taliban do Paquistão têm
sido apontados como os principais responsáveis pela vaga de atentados que desde
2007 já levaram à morte de mais de 5700 pessoas. Enquanto Presidente, Musharraf
já escapou de três.
Depois
de ter chegado ao poder com um golpe de Estado, em 1999, foi forçado a
renunciar em 2008, depois de o seu partido ter perdido as eleições. Desde então
que tem vivido entre Londres e o Dubai. Agora regressa para se apresentar como
uma “alternativa” nas eleições do próximo dia 11 de Maio. Mas segundo os analistas
já terá perdido a sua base eleitoral e dificilmente perturbará o resultado do
sufrágio.
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