Passados quase dois
meses desde o início da intervenção militar da França no Mali, o ministro
francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, informou nesta terça-feira (26) que as
operações custaram, até o momento, mais de 100 milhões de euros à França,
apesar da crise econômica e dos cortes aos gastos públicos que a União Europeia
vem exigindo.
“Hoje podemos estimar em pouco mais de 100
milhões de euros [aproximadamente 260 milhões de reais] o que se gastou a
partir de meados de janeiro,” quando começou a intervenção militar no Mali,
disse Le Drian na entrevista concedida à emissora RTL.
O ministro destacou ainda que essas cifras serão apresentadas ante a Comissão de Finanças da Assembleia Nacional da França, onde vários membros criticaram a ingerência militar no país africano.
Os legisladores rechaçaram a medida pois o presidente francês, François Hollande, ordenara o começo da “Operação Serval”, como ficou denominada a intervenção militar, sem avisar previamente a Assembleia Nacional.
Entretanto, Hollande jusitificou-se alegando que respondia à “necessidade de adotar medidas de segurança frente a ameaças e perigo relacionados com o terrorismo”, depois de dizer que homens armados malineses estavam avançando em direção a cidade de Bamako, capital do Mali.
Espera-se que depois do envio de cerca de seis mil militares africanos ao país, os franceses abandonem gradualmente a região no próximo mês de março.
Não obstante, cabe destacar que a UE deu autorização para o envio de mais 500 militares, para treinamento e assessoramento do Exército do Mali, embora haja manifestações contrárias, por exemplo, do eurodeputado da Esquerda Unida espanhola, Willy Meyer. A ingerência levada a cabo pela França no país africano foi criticada por Meyer, que também ressaltou a falência de uma “solução” militar para esse conflito.
Durante suas declarações ante o Parlamento Europeu, Meyer questionou a estratégia de Paris no Mali, e afirmou: “primeiro, [a França] deixou claro que não interviria, depois falou de uma operação limitada, e agora o objetivo declarado é a reconquista total do Mali.” Disse também que o que a França pretende, na verdade, é ter sob controle a zona limítrofe com o Níger, onde o país europeu tem interesses relacionados com as reservas de urânio.
Por outro lado, muitos especialistas em questões políticas estimam que com essa ingerência militar o governo francês busca rentabilizar os recursos minerais e as riquezas naturais do Mali.
Os gastos militares dos países da União Europeia têm sido motivo de protestos no contexto da crise econômica que assola o continente europeu, e não sem motivo. De acordo com dados do Instituto Internacional de Pesquisas da Paz de Estocolmo (Suécia), a França gastou, em 2011, 2,3% do seu PIB em materiais militares, um percentual que não experimentou qualquer redução significativa desde o ano 2000.
Mesmo assim, a UE e o Banco Central Europeu focam nos gastos públicos para a “urgente redução” de déficits públicos, mas deixam o setor militar protegido de tais impactos. Ainda, investem em sucessivas intervenções armadas, a exemplo do Mali e da Somália, onde a organização também mantém tropas e operações navais, através da missão Atalanta, lançada em 2008 como a primeira operação naval da união.
O ministro destacou ainda que essas cifras serão apresentadas ante a Comissão de Finanças da Assembleia Nacional da França, onde vários membros criticaram a ingerência militar no país africano.
Os legisladores rechaçaram a medida pois o presidente francês, François Hollande, ordenara o começo da “Operação Serval”, como ficou denominada a intervenção militar, sem avisar previamente a Assembleia Nacional.
Entretanto, Hollande jusitificou-se alegando que respondia à “necessidade de adotar medidas de segurança frente a ameaças e perigo relacionados com o terrorismo”, depois de dizer que homens armados malineses estavam avançando em direção a cidade de Bamako, capital do Mali.
Espera-se que depois do envio de cerca de seis mil militares africanos ao país, os franceses abandonem gradualmente a região no próximo mês de março.
Não obstante, cabe destacar que a UE deu autorização para o envio de mais 500 militares, para treinamento e assessoramento do Exército do Mali, embora haja manifestações contrárias, por exemplo, do eurodeputado da Esquerda Unida espanhola, Willy Meyer. A ingerência levada a cabo pela França no país africano foi criticada por Meyer, que também ressaltou a falência de uma “solução” militar para esse conflito.
Durante suas declarações ante o Parlamento Europeu, Meyer questionou a estratégia de Paris no Mali, e afirmou: “primeiro, [a França] deixou claro que não interviria, depois falou de uma operação limitada, e agora o objetivo declarado é a reconquista total do Mali.” Disse também que o que a França pretende, na verdade, é ter sob controle a zona limítrofe com o Níger, onde o país europeu tem interesses relacionados com as reservas de urânio.
Por outro lado, muitos especialistas em questões políticas estimam que com essa ingerência militar o governo francês busca rentabilizar os recursos minerais e as riquezas naturais do Mali.
Os gastos militares dos países da União Europeia têm sido motivo de protestos no contexto da crise econômica que assola o continente europeu, e não sem motivo. De acordo com dados do Instituto Internacional de Pesquisas da Paz de Estocolmo (Suécia), a França gastou, em 2011, 2,3% do seu PIB em materiais militares, um percentual que não experimentou qualquer redução significativa desde o ano 2000.
Mesmo assim, a UE e o Banco Central Europeu focam nos gastos públicos para a “urgente redução” de déficits públicos, mas deixam o setor militar protegido de tais impactos. Ainda, investem em sucessivas intervenções armadas, a exemplo do Mali e da Somália, onde a organização também mantém tropas e operações navais, através da missão Atalanta, lançada em 2008 como a primeira operação naval da união.
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