A
secretária-geral do Partido Popular (PP) espanhol, Maria Dolores de Cospedal,
assegurou na segunda-feira que o aumento no salário do primeiro-ministro,
Mariano Rajoy, ficou a dever-se a “mais-valias” conseguidas nas diversas
campanhas eleitorais e não a uma subida salarial. A número dois do PP
justificava, desta forma, o aumento de 27% registado no salário de Rajoy entre
2007 e 2011.
Depois da publicação na página do governo, no
sábado, da declaração de rendimentos de Mariano Rajoy, a secretária-geral do PP
explicou ontem que o aumento de 27% no salário do primeiro-ministro se ficou a
dever a compensações recebidas por liderar a lista do partido às eleições de
2008 e também por participar em várias campanhas eleitorais.
“Não é verdade que o salário de Rajoy tenha subido”, explicou
Cospedal, acrescentando que o primeiro-ministro recebeu “mais-valias” devido ao
“trabalho intenso” realizado durante a campanha eleitoral de 2008.
A maior subida nos rendimentos
de Rajoy registou-se em 2008 (18%), mas entre 2008 e 2011, os anos da crise, o
aumento acumulado sobe para 27%, refere o El Pais.
De acordo com o Expansion,
Cospedal anunciou também que a direcção nacional do PP vai tornar públicas as
suas declarações de rendimentos nos próximos dias, aconselhando os restantes
líderes políticos a seguirem este exemplo. O desafio já foi, entretanto, aceite
pelo PSOE - Partido Socialista Operário Espanhol - que, ontem à tarde, anunciou
que vai apresentar uma proposta no Parlamento com vista a que todos os
detentores de cargos públicos e políticos em Espanha apresentem os seus
rendimentos de forma a estarem disponíveis para consulta dos cidadãos.
A decisão de publicar os
rendimentos de Rajoy, que surge numa altura em que o partido é acusado de
receber financiamento ilegal durante mais de uma década, pretendia ser um
exercício de “transparência” por parte da direcção do PP, mas acabou por
acentuar a polémica. Isto porque o aumento no salário de Rajoy foi registado
numa altura em que, sendo líder da oposição, pedia aos governantes uma
moderação salarial.
N. M.
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