23.fev.2013
- O papa Bento 16 conversa com o presidente italiano, Giorgio Napolitano,
durante uma audiência privada e de despedida no Vaticano. Este é o último
encontro político do pontífice antes da renúncia marcada para 28 de fevereiro Observatório
Antes da renúncia oficial do papa Bento 16, programada para o
dia 28 de fevereiro, o pontífice vai se reunir com todos os cardeais para
revelar as descobertas feitas pela comissão de inquérito que apura o escândalo
do vazamento de documentos confidenciais da Santa Sé, chamado VatiLeaks. A
informação foi publicada pelo jornal italiano "La Stampa", nesta
sexta-feira (22).
A
previsão é que a reunião seja realizada no início da próxima semana. As
revelações serão feitas pelos cardeais Julián Herranz (Espanha), Jozef Tomko
(Eslováquia) e Salvatore De Giorgi (Itália). Os três foram designados por Bento
16 no ano passado para iniciar uma investigação sobre os escândalos que vieram
à tona em maio de 2012.
As investigações se transformaram em um relatório de 300 páginas
que foi entregue ao pontífice em dezembro do ano passado. O documento é
sigiloso, mas, conforme informado pelo jornal italiano "La
Reppublica", revela um sistema de "chantagens" internas baseado
em fraquezas sexuais e ambições pessoais.
O periódico, que relacionou as descobertas com a renúncia de
Bento 16, também apontou a existência de uma "rede transversal unida pela
orientação sexual", além da descrição de casos de mau uso de dinheiro e
relações homossexuais dentro da Cúria Romana.
As revelações feitas por Bento 16 e pela comissão de inquérito
poderão orientar os cardeais durante o conclave, que irá eleger o novo papa.
Ainda não há definição quando a reunião de cardeais eleitores terá início. Mas,
espera-se que o próximo pontífice seja conhecido até a Páscoa, no final de
março.
A renúncia
O papa
Bento 16 anunciou sua renúncia no dia 11 de fevereiro em um discurso
pronunciado em latim durante um encontro de cardeais no Vaticano. Ao justificar
sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou fragilidade por conta da idade
avançada.
O pontífice disse que "no mundo de hoje (...), é
necessário o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos
meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade
para exercer bem o ministério que me foi encomendado".
O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motivo da
renúncia. Mas, segundo o jornal "O Estado de S.Paulo", uma disputa interna de poder
praticada por ex-aliados nos
últimos meses pode ser uma das razões para a tomada de decisão do pontífice.
Esta é a primeira vez na era moderna que um papa da Igreja Católica renuncia ao
pontificado.
Já o jornal italiano "La
Reppublica" relacionou
à renuncia do pontífice a um relatório com cerca de 300 páginas sobre o
escândalo do vazamento de documentos confidenciais da Santa Sé, redigido por
três cardeais e entregue à Bento 16 em dezembro de 2012. O Vaticano reconheceu
a existência do documento, mas descartou qualquer relação com a decisão do
papa.
A renúncia de bento 16 será oficializada no dia 28 de
fevereiro. E o cargo ficará vago até a eleição do próximo papa. A expectativa é
que o Conclave de cardeais, eleja um novo papa ainda em março, antes da
Páscoa. O Vaticano anunciou que a
eleição deve começar entre 15 e 20 de março. A data, no entanto, pode ser adiantada para o dia
10, caso os cardeais cheguem ao país.
Cinco cardeais brasileiros deverão participar do
conclave. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 116 cardeais aptos
a votar no próximo papa. Para participar da papa, o cardeal precisa ter menos
de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício
do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.
Em sua primeira aparição pública desde o anúncio da
renúncia, o papa Bento 16 disse que tomou a decisão "pelo bem da
igreja". Bento 16 agradeceu pelo "amor" e apoio dos fieis.
UOL – S. Paulo
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