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terça-feira, 5 de março de 2013

Cardeais querem conhecer relatório "Vatileaks"

Na primeira reunião preparatória do conclave, alguns cardeais defenderam que só com o pleno conhecimento do que se passa no interior da Igreja Católica poderão escolher o novo Papa.



Esta manhã os cardeais voltaram a reunir-se no Vaticano, para a terceira congregação geral

á não há como fugir ao caso "Vatileaks". 

Por mais que Bento XVI tenha deixado expresso que o teor do relatório sobre a investigação encomendada aos seus três cardeais de confiança só deve vir a ser conhecido pelo novo Papa, a sua vontade foi ontem questionada durante a primeira das congregações gerais.

Os cardeais reunidos no Vaticano querem ter acesso à informação e isso mesmo foi dito por alguns deles, justificando que só com o pleno conhecimento do que se passa no interior da Igreja poderão escolher o seu maior representante.

Segundo o blogue Vatican Insider , do jornal "La Stampa", foram três os cardeais a abordar diretamente a questão, pedindo para conhecer o relatório, que é considerado "explosivo" e, inclusive, tem sido apontado como uma das causas para a resignação de Bento XVI.

O cardeal alemão Walter Kasper, conhecido por pertencer à ala mais crítica da Igreja Católica, liderou o pedido, escreve o Vatican Insider. Mas terá sido apoiado por outros dois nomes de peso, os arcebispos de Viena e de Budapeste, Christoph Scönborn e Péter Erdö.

Citado pela imprensa, o cardeal Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Episcopal Brasileira, assumiu o descontentamento com o secretismo criado à volta do documento. "Porque é que nós cardeais, que somos os conselheiros mais próximos do Papa, não podemos ter acesso a essa informação?", cita-o o jornal "El País".

Aliás, a delegação brasileira chamou a si o maior protagonismo nesta defesa, com os cinco cardeais que integra a pronunciar-se no mesmo sentido. "Creio que é justo e necessário que os cardeais tenham essa informação antes de eleger o sucessor de Bento XVI", acrescentou o cardeal Damasceno, assegurando falar em nome de uma vontade comum.

Oficialmente, não é tanto assim. Após a primeira reunião, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, contornou esta pressão e escusou-se a comentar se os cardeais vão ou não conhecer o relatório. Limitou-se a confirmar como "normal" o desejo expresso por alguns dos cardeais.

Os preparativos para o conclave prosseguem esta manhã, com a terceira congregação-geral, ainda que a desta tarde tenha sido cancelada, o que é interpretado com a vontade de os cardeais terem mais tempo para estabelecer contactos informais.
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=Expresso=

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