Na primeira reunião preparatória do conclave, alguns
cardeais defenderam que só com o pleno conhecimento do que se passa no interior
da Igreja Católica poderão escolher o novo Papa.
=Expresso=
Esta manhã os cardeais voltaram a reunir-se
no Vaticano, para a terceira congregação geral
á não há como fugir ao caso "Vatileaks".
á não há como fugir ao caso "Vatileaks".
Por mais que
Bento XVI tenha deixado expresso que o teor do relatório sobre a investigação
encomendada aos seus três cardeais de confiança só deve vir a ser conhecido
pelo novo Papa, a sua vontade foi ontem questionada durante a primeira das
congregações gerais.
Os cardeais reunidos no Vaticano querem ter acesso à
informação e isso mesmo foi dito por alguns deles, justificando que só com o
pleno conhecimento do que se passa no interior da Igreja poderão escolher o seu
maior representante.
Segundo o blogue Vatican Insider , do jornal "La
Stampa", foram três os cardeais a abordar diretamente a questão, pedindo
para conhecer o relatório, que é considerado "explosivo" e,
inclusive, tem sido apontado como uma das causas para a resignação de Bento
XVI.
O cardeal alemão Walter Kasper, conhecido por pertencer
à ala mais crítica da Igreja Católica, liderou o pedido, escreve o Vatican
Insider. Mas terá sido apoiado por outros dois nomes de peso, os arcebispos de
Viena e de Budapeste, Christoph Scönborn e Péter Erdö.
Citado pela imprensa, o cardeal Raymundo Damasceno,
presidente da Conferência Episcopal Brasileira, assumiu o descontentamento com
o secretismo criado à volta do documento. "Porque é que nós cardeais, que
somos os conselheiros mais próximos do Papa, não podemos ter acesso a essa
informação?", cita-o o jornal "El País".
Aliás, a delegação brasileira chamou a si o maior
protagonismo nesta defesa, com os cinco cardeais que integra a pronunciar-se no
mesmo sentido. "Creio que é justo e necessário que os cardeais tenham essa
informação antes de eleger o sucessor de Bento XVI", acrescentou o cardeal
Damasceno, assegurando falar em nome de uma vontade comum.
Oficialmente, não é tanto assim. Após a primeira
reunião, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, contornou esta pressão e
escusou-se a comentar se os cardeais vão ou não conhecer o relatório.
Limitou-se a confirmar como "normal" o desejo expresso por alguns dos
cardeais.
Os preparativos para o conclave prosseguem esta manhã,
com a terceira congregação-geral, ainda que a desta tarde tenha sido cancelada,
o que é interpretado com a vontade de os cardeais terem mais tempo para
estabelecer contactos informais.
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=Expresso=
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