Paul
Craig lista fatos e argumentos para provar que o regime democrático deu lugar,
em Washington, a um poder absoluto do Executivo.
“État c’est moi”, dizia Luiz XIV, padrão dos regimes tipo
monarquia absoluta do Século XVIII, para justificar seu direito de vida e morte
sobre os cidadãos. Esse exercício de poder concentrado no Executivo sempre
esteve presente na democracia estadunidense, em maior ou menor grau. Nas
últimas décadas entretanto, a partir do governo Reagan, pronunciou-se tendência
a aumento dessa mancha absolutista, num processo que atinge um auge com Barack
Obama, rumo a uma espécie de “demonarquia absoluta”.
O monarca francês agia por procuração da nobreza rural, o
presidente em Washington age em nome dos potentados do capital financeiro e do
complexo militar-industrial-de segurança. Por enquanto, o processo parece
irreversível e pronto a promover mais guerras e mais horror no mundo, e mais
opressão para a própria população estadunidense, sujeita a empobrecimento e
perda de liberdade da maioria, para maior gozo do 1% de ricos.
Nos próprios EUA, entretanto, erguem batalha para protestar
algumas poucas, mas valentes vozes de resistência. No The New Yorker questiona-se o direito do presidente
de matar cidadãos estadunidenses aqui. No Zero Hedgedenuncia-se
que o país entra numa ditadura militar aqui. Paul Craig, em seu
site, desmonta o estado policial que segundo ele já existe em seu país; no
original aqui e na tradução cedida por Vila Vudu a seguir.
Aconteceu nos EUA:
o estado policial existe
7/2/2013, Paul Craig Roberts
A resposta do governo Bush ao 11/9 e a validação, pelo governo
Obama, daquela resposta destruíram o governo transparentemente democrático que
houve nos EUA. O poder sem qualquer supervisão concentrou-se tanto no Executivo
que a Constituição dos EUA já não é documento operatório.
Acredite alguém na história oficial do 11/0, ou conheça todas as
provas já distribuídas por grande número de cientistas, testemunhas oculares e
engenheiros de estrutura e arquitetos, dá sempre na mesma. O 11/9 foi usado
para criar uma interminável “guerra ao terror” e o correspondente estado
policial. É espantoso que tantos estadunidenses acreditem que “não acontecerá
aqui”, se já aconteceu.
Vivemos uma década de provas completamente visíveis de que
estava em construção um estado policial: o Patriot Act, autorização ilegal para que os
cidadãos estadunidenses sejam espionados e que viola o Foreign Intelligence Surveillance
Act; a prática de crimes de guerra de agressão, baseadas em
mentiras deliberadas; o Departamento de Justiça a fazer leis à sua moda,
‘memorandos’ para justificar que o Executivo viole leis nacionais e
internacionais contra a tortura; detenção indefinida de cidadãos
estadunidenses, o que viola direitos que a Constituição protegeao habeas corpus e ao devido processo legal; uso
de provas secretas e ‘testemunhos secretos’ de especialistas que não são
apresentados para que a defesa dos acusados tome conhecimento deles; tribunais
militares inventados para fugir de julgamentos legais; ‘memorandos’ secretos
que autorizam o presidente a ordenar ciberataques preventivos contra qualquer
país, sem ter de oferecer provas de que de lá poderia advir alguma ameaça contra
os EUA; e o governo Obama, que já se pôs a assassinar cidadãos estadunidenses
sem qualquer prova de crime, sem julgamento, sem defesa, sem o devido processo
legal.
E, como se não bastasse tudo isso, o governo Obama dá-se agora
novos poderes presidenciais para escrever leis secretas e dá-se o direito de
não explicar onde – nem se – haveria algum fundamento legal para arrogar-se
poderes que nenhum presidente dos EUA jamais teve. Em outras palavras: qualquer
papel escrito em segredo pelo Executivo faz lei, hoje, nos EUA. O Congresso nem
é informado. Congresso? E quem precisa de Congresso?!
Apesar de haver leis que protegem os vazadores [whistleblowers] e apesar
de haver imprensa e apesar de haver Código Militar que obriga os soldados a
relatar crimes de guerra de que tenham conhecimento, vazadores, como John
Kiriakou, agente da CIA; jornalistas, como Julian Assange; e soldados, como
Bradley Manning, são perseguidos e processados por revelar crimes praticados
pelo governo dos EUA (http://www.informationclearinghouse.info/article33804.htm).
Os criminosos ganham plena liberdade. Os que informam sobre aqueles crimes vão
para a cadeia.
Justificativa pressuposta para o estado policial sob o qual
vivemos nos EUA é a “guerra ao terror” – invenção mantida viva por “operações
ferrão” [“sting operations”]
do FBI. Em idioma normal, “operação ferrão” acontece quando uma policial se
traveste de prostituta para prender um gigolô; ou quando um policial se
traveste de traficante de drogas para prender usuários ou traficantes. Mas as
“operações ferrão” do FBI vão muito além desses crimes sem vítimas que só
servem para encher as cadeias estadunidenses (que são empresas privadas).
As “operações ferrão” do FBI são diferentes. Também podem ser
crimes sem vítimas, se os complôs não acontecem. Mas o FBI oferece os enredos a
terroristas que já têm as bombas. Então, é só selecionar alguém ou um grupo
mais enlouquecido ou demente, ou muçulmano enfurecido pelo mais recente insulto
que Washington tenha feito a ele ou à sua religião.(*) Quando o FBI define um
alvo, seus agentes abordam o perpetrador seleto que se diga seguidor da
Al-Qaeda ou de grupo assemelhado e o cobrem de dinheiro, promessas de
reconhecimento e fama; ou o ameaçam e torturam até que o alvo subscreve o
roteiro do FBI. Então, é preso.
Trevor Aaronson, em seu livro The Terror Factory: Inside the FBI’s War on Terrorism[Fábrica
de terror: por dentro da Guerra do FBI ao Terrorismo], oferece documentos que
comprovam que, até o momento em que o livro foi escrito, o FBI planejara 150
“golpes terroristas” e que quase todos os demais “casos de terrorismo” eram,
por exemplo, casos relacionados à imigração, nos quais apareceu, ninguém sabe
de onde, a acusação de terrorismo (http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LpTOrNQ3G9Q#!).
A imprensa dos EUA, presstituta,
jamais pergunta por que, se há tanto terrorismo a ponto de exigir que os EUA
lhe faça guerra planetária, o FBI ainda precisainventar mais terrorismo e
encomendar mais ataques terroristas.
A imprensa dos EUA tampouco pergunta como os Talibã, que
resistem contra a invasão e tentativa estadunidenses de ocupar o Afeganistão, e
combatem a superpotência “necessária” sem perderem um palmo de terreno há 11
anos, acabaram virando “terroristas”. A prostituída imprensa norte-americana
tampouco quer saber como aconteceu de tribos inteiras em regiões remotas do
Paquistão terem virado “terroristas”, o que as converteu em alvos de ataques
dos drones dos EUA – que atacam cidadãos,
escolas, hospitais, ambulatórios, no coração de território de um país contra o
qual os EUA não estão em guerra.
Em vez disso, a imprensa protege e reproduz as mentiras que
construíram, nos EUA, um estado policial.
A imprensa estadunidense virou uma neo Leni Riefenstahl.
Hollywood virou uma neo Leni Reifenstahl, com o filme “A hora mais escura”,
desavergonhada propaganda islamófoba. Esse filme de propaganda é crime de ódio:
ensina islamofobia.
Pois mesmo assim, é muito provável que o filme seja premiado.
Assim os EUA vão afundando na tirania e em guerra de cem anos em nome de
combater a ‘ameaça muculmana’.
Aprendi, anos atrás, quando era professor, que o cinema molda
poderosamente as atitudes dos estadunidenses. Uma vez, depois de ouvir longa
aula sobre a Revolução Russa e a implantação do comunismo, um aluno levantou a
mão e disse: “No cinema, não aconteceu assim.”
De início, pensei que fosse piada espirituosa. Mas logo entendi
que meu aluno acreditava sinceramente que a realidade estaria no filme, não no
professor especialista. Desde então, não me canso de me perguntar como é
possível que os EUA tenhamos sobrevivido por tanto tempo, dada a extensão da
ignorância dos estadunidenses.
Os estadunidenses sobreviveram graças à força da economia dos
EUA. Agora, quando esse poder está fanado, mais dia menos dia, os
estadunidenses terão de se reconciliar com a história real. E será, para eles,
realidade completamente desconhecida.
Alguns estadunidenses que dizem que tivemos estado policial em
outros momentos de guerra e que, vencida a guerra ao terror, o estado policial
é desmontado. Outros dizem que o governo saberá usar judiciosamente o poder que
acumulou e que “quem não deve não teme”.
É a certeza dos iludidos. O estado policial de Bush/Obama é, de
longe, muito mais amplo e pervasivo que o de Lincoln, de Wilson ou de
Roosevelt. E a guerra ao terror é infinita. Já é, hoje, três vezes mais longa
do que a II Guerra Mundial. O estado policial vai-se estabelecendo como
posseiro.
Ainda pior: o governo precisa do estado policial para se auto
proteger contra qualquer punição por seus crimes, mentiras e mau uso do dinheiro
dos contribuintes. Criaram-se já novos precedentes a favor do poder do
Executivo em conjunção com a Federalist Society, a qual, independente da guerra
ao terror, prega a teoria do “Executivo unitário”, segundo a qual o presidente
teria poderes superiores a qualquer controle pelo Congresso ou pelo Judiciário.
Em outras palavras, o presidente será o ditador que lhe interesse ser.
O governo Obama está tirando vantagens dessa teoria republicana.
O regime usou o desejo republicano por Executivo forte, à prova dos
tradicionais contrapesos democráticos, e somou-o ao fator medo: assim se criou
o estado policial Bush/Cheney.
Como Lawrence M. Stratton e eu documentamos em nosso livro The Tyranny Of Good Intentions [A tirania das boas intenções], antes
do 11de setembro a lei, como escudo de defesa do povo, já estava perdendo
terreno para a lei como arma nas mãos do governo. Se o governo decidir pegar
você, há poucas barreiras que protejam o acusado: será enquadrado e condenado;
e muito menos há júri e jurados capazes de ver o crime onde o crime está.
Não sei dizer se, algum dia, o sistema judiciário estadunidense
serviu melhor à justiça que à ambição dos procuradores. Já nos anos 1930 e
1940, o juiz George Sutherland da Suprema Corte dos EUA e o advogado-geral dos
EUA Robert Jackson alertavam contra procuradores que sacrificam “o justo
processo legal, para construir estatísticas de sucesso.” Não há dúvidas de que
é dificílimo encontrar hoje, na fileiras da Procuradoria Federal, procuradores
que, como Jackson escreveu “temperam o zelo condenatório com grandeza humana;
que procuram a verdade, sem querer fazer vítimas; que servem à lei e não a
objetivos de facções; e que abordam com humildade o próprio trabalho.”
Considere-se, por exemplo, a condenação errada do governador democrata
do Alabama, Don Siegelman, em processo que, pelo que já se sabe, foi resultado
de conspiração articulada por Karl Rove, para derrubar governadores democratas
do sul. O governo ‘democrata’ de Obama nada investigou dessa acusação falsa
urdida pela Procuradoria, nem deixou de acobertar os falsos inocentes (os seus
falsos inocentes). Lembram a rapidez com que Bush cancelou a sentença de prisão
contra o agente de Cheney que revelou o nome de agente clandestino da CIA? Os
democratas são partido acuado e politicamente acovardado, que teme a Justiça.
São parte do estado policial corrupto, perfeitamente equivalentes aos
republicanos.
Hoje, a Procuradoria trabalha para promover a carreira do
promotor e do partido que o/a tenha indicado. Procurador de ‘sucesso’ é quem
muito condene, o que exige ‘acordos’ nos quais jamais se veem provas analisadas
por jurados ou tribunais. Quanto maior o número de casos ‘midiáticos’, melhor:
um bom caso ‘de mídia’ basta para inchar qualquer carreira política: foi o que
se viu, quando Rudy Giuliana conseguiu enredar e condenar Michael Milken.
Glenn Greenwald explicou como Aaron Swartz, militante a favor da
liberdade para a Internet, foi arrastado ao suicídio pela ambição pervertida de
dois procuradores federais, a advogada federal Carmen Ortiz e Stephen Heymann,
assistente da Advocacia Geral dos EUA. Nenhum deles mostrou qualquer
repugnância contra a decisão de destruir um homem inocente, apenas para
promover-se na ‘carreira’ (http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2013/jan/16/ortiz-heymann-swartz-accountability-abuse).
Só muito raramente acontece de um procurador sofrer qualquer
tipo de consequência por inventar falsas acusações, por usar – até mesmo por
comprar! – provas falsas, ou por mentir a juízes e jurados. Dado que os
procuradores raramente são acusados e julgados, acabaram por habituar-se a usar
meios ilegais e antiéticos; a rotina, ali, é o abuso de poder. Os juízes vivem
mais preocupados, sempre, com ‘limpar’ as prateleiras. Raramente se preocupam
com promover a Justiça nos EUA. É o que explica que os EUA tenham, não só a
maior porcentagem de cidadãos encarcerados que qualquer outra nação no planeta,
mas, também o maior número absoluto de encarcerados.
Há hoje nos EUA maior proporção de cidadãos encarcerados que na
China “autoritária” – cuja população é quatro vezes maior que a população dos
EUA. O governo dos EUA – provavelmente o maior violador de direitos humanos da
história da humanidade – vive a acusar a China de “violar direitos humanos”. E
por onde andarão as acusações contra Washington, por violar direitos humanos?
Nos EUA, o colapso do Estado de Direito vai muito além de
procuradores corrompidos e sua longa lista de falsas acusações. A menos que
deseje ou lhe interesse um ‘julgamento-espetáculo’, o estado policial não precisa de
procuradorias e tribunais. Basta escrever um ‘memorando’, e o presidente já
pode mandar gente para a prisão, sem julgamento. Pode até executar quem bem
entender, sem nenhum julgamento: é só declarar que algum funcionário, de
preferência dos corpos executivos, ‘acha’ que alguém pode ter ou ter tido
alguma conexão potencial com algum terrorismo. Os amigos do Departamento de
Justiça (sic) dispensam-se qualquer contato com juízes, tribunais ou
julgamentos legais.
O governo Bush/Obama já converteu a Presidência em juiz, jurado
e carrasco executor. Basta um palpite, uma denúncia não provada, no ouvido de
alguém ‘do Executivo’. Isso é o mal em estado puro. Existe aqui, nos EUA.
Já não se exige nenhuma prova, para que o presidente dos EUA
encarcere gente, prisão perpétua. Ou mande matar. Memorando secreto do
Departamento de Justiça, vazado para a rede NBC News, revelou o raciocínio
tirânico que autoriza o Executivo a assassinar cidadãos norte-americanos
baseado apenas numa ‘impressão’, num ‘palpite’ ou em qualquer crença simples,
sem que se exijam provas de que alguém tenha praticado ato terrorista ou tenha
tido qualquer envolvimento com terroristas (http://openchannel.nbcnews.com/_news/2013/02/04/16843014-exclusive-justice-department-memo-reveals-legal-case-for-drone-strikes-on-americans?lite)
Nos EUA da “liberdade e da democracia” já não vige o princípio
legal segundo o qual todos são inocentes, até que sejam provados culpados. Se o
governo decidir que você é culpado, você é culpado. Ponto final. Não se exige
nem simulacro de prova. Nem Stálin assassinou tão completamente sem provas de
crime.
O governo dos EUA trabalha hoje, passo a passo, para que todo e
qualquer crítico do status
quo seja tratado como
culpado pelo crime de dar “ajuda e conforto” aos “inimigos terroristas” de
Washington – o que inclui o governo eleito do Hamás, em Gaza.
Da forca, só escapam os neoconservadores que criticam governos
estadunidenses por serem lentos demais na caça e punição de “antissemitas” como
o ex-presidente Jimmy Carter, que criticou a apropriação ilegal, pelo governo
de Israel, de terras palestinas. Praticamente todos os palestinos foram
roubados por Israel, com aquiescência e ajuda de Washington. Quer dizer: já
nada resta da “Solução dos Dois Estados”.
Não há qualquer dúvida de que é ilegal o roubo de terras
palestinas, pelo governo de Israel. E Washington – da qual Israel depende
vitalmente – não move uma palha. Lei? Que lei? Quem precisa de porcaria de lei?
Washington tem poder. Poder é lei. Tratem todos de habituar-se!
A lei foi abolida, e não só para os palestinos: também para os
estadunidenses e para os fantoches de Washington na OTAN, no Reino Unido e na
Europa, restos dignos de pena do que um dia foram grandes nações, hoje
reduzidas a cúmplices nos crimes de Washington contra a humanidade. A Open
Society Justice Initiative, ONG com sede em New York, distribuiu relatório que
comprova que 54 governos participam do programa de “entregas especiais” e
tortura comandado por Washington. Desses governos que ajudaram Washington a
sequestrar, fazer sumir e torturar pessoas, 25 são europeus (http://www.guardian.co.uk/world/2013/feb/05/cia-rendition-report-uk-court).
O início da primeira década do século 21 assistiu à destruição
de todo o sistema legal concebido para proteger os inocentes e vulneráveis
desde o berço da hoje defunta consciência moral ocidental. A consciência moral
ocidental jamais se aplicou senão ao próprio Ocedente. A história das colônias
europeias e dos povos nativos dos EUA e Austrália sempre foi outra história,
muito diferente.
Mesmo assim, embora os princípios do Estado de Direito jamais
tenham garantido proteção eficaz a todos os sem poder, ainda assim poderiam ser
um bom começo, um primeiro passo promissor. Pois os EUA hoje, sob os governos
Bush e Obama, iguais como duas ervilhas da mesma vagem, abandonaram, de vez,
até o princípio, ele mesmo.
O estado policial de Obama será pior que o estado policial de
Bush/Cheney . Diferentes dos conservadores que, de tempos em tempos, desconfiam
do poder do Estado, os Obametes creem que o Estado sempre é poder benigno e
está hoje em boas mãos. Os Obametes veem Obama como membro de uma minoria
oprimida; confiam que Obama não usará o próprio poder para o mal. É fantasia
equivalente a outra, segundo a qual, dado que os judeus muito sofreram nas mãos
de Hitler, Israel seria ‘naturalmente’ justa com os palestinos.
Glenn Greenwald escreveu que “o poder mais extremista que um
governante pode exercer é o poder de executar seus próprios cidadãos sem culpa
formada, sem provas, sem devido processo legal, sem estado de guerra, longe de
campos de batalha. O governo Obama se autodelegou exatamente esse poder – e não
só em teoria: já o exerce também na prática” (http://www.informationclearinghouse.info/article33847.htm).
É poder de ditador. Dizer que Saddam Hussein e Muammar Gaddafi
tinham e exerciam esse poder foi parte da demonização dos dois como “ditadores
brutais”; foi justificativa para derrubar seus respectivos governos, para
assassinar os ditadores e para matar, em massa, apoiadores deles.
Que ironia! Hoje, o presidente dos EUA assassina seus opositores
políticos, exatamente como Saddam Hussein assassinava os dele. Quanto tempo
falta para que os nomes de quem critique o governo Obama sejam transferidos,
das listas de “proibidos de viajar de avião” [orig. “no-fly list”], para as
listas de extermínio?
*Esse tão velho quanto indecente recurso do “agent provocateur”,
de que lançam mão os serviços de espionagem das potências imperialistas, é
muito bem descrito na obra clássica “O agente secreto”, de Joseph Conrad,
publicado no Brasil pela Revan.
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