Tensão sobe na península coreana. Norte respondeu à aprovação de novas
sanções pelo Conselho de Segurança da ONU com quebra de acordos e corte do
"telefone vermelho".
A Coreia do Norte anunciou o rompimento dos acordos de
não-agressão com a Coreia do Sul e o corte do "telefone vermelho"
entre os dois países. A decisão foi tomada poucas horas depois de ter sido
visada por novas sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O governo de Pyongyang “revoga todos os acordos de não-agressão
entre o Norte e o Sul”, informa um comunicado do “Comité para a reunificação
pacífica da Coreia” divulgado pela agência oficial KCNA.
O comunicado acrescenta que o
Norte “notifica igualmente o Sul de que vai cortar imediatamente o telefone
vermelho" – uma linha directa de comunicação criada em 1971. O
"telefone vermelho" é um mecanismo de comunicação directa em tempos
de tensão elevada, usado também para coordenar a passagem de pessoas e bens
através da zona desmilitarizada, explica a BBC.
Numa deslocação à fronteira
marítima entre os dois países, o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, disse que o
Exército “está pronto a desencadear uma guerra total”.
O local da declaração desta sexta-feira,
feita por Kim Jong-un, é a unidade de artilharia que, em Novembro de 2010,
bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, segundo imagens da televisão
estatal. Esse ataque fez quatro mortos e alimentou receios de um conflito em
larga escala entre as Coreias.
O principal pacto de não-agressão
entre os dois países foi assinado em 1991. Os dois países comprometeram-se
nessa altura a regular pacificamente diferendos e a evitar confrontações
militares acidentais.
Pyongyang ameaçou várias vezes
cortar a comunicação inter-coreana e fê-lo já por duas vezes, segundo
informação do ministério sul-coreano da Reunificação.
Discurso bélico sobe de tom
O discurso bélico contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos é habitual no regime norte-coreano. Nos últimos dias subiu de tom, face à aproximação da votação nas Nações Unidas e de manobras militares conjuntas entre Washington e Seul. Face à recusa de cancelamento dessas manobras, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Norte disse que uma segunda guerra da Coreia “é inevitável”.
O discurso bélico contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos é habitual no regime norte-coreano. Nos últimos dias subiu de tom, face à aproximação da votação nas Nações Unidas e de manobras militares conjuntas entre Washington e Seul. Face à recusa de cancelamento dessas manobras, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Norte disse que uma segunda guerra da Coreia “é inevitável”.
O Norte ameaçou na segunda-feira
denunciar o armistício que pôs fim à guerra da Coreia, em 1953, agitando o
espectro de uma “guerra termonuclear”. Os Estados Unidos, advertiu também,
sujeitam-se a um “ataque nuclear preventivo”.
Na quinta-feira, os 15 membros do
Conselho de Segurança (incluindo China e Rússia) votaram, por unanimidade, o
reforço das restrições financeiras à Coreia do Norte e um aumento da vigilância
para controlar bens e mercadorias que entram e saem do país. O objectivo é
impedir que o regime consiga financiamento para os seus projectos militares e
balísticos.
A resolução 2094 determina também
a vigilância de diplomatas norte-coreanos e acrescenta nomes de particulares e
empresas a uma lista de pessoas e entidades que têm os bens congelados e
estão impedidas de viajar.
“A comunidade internacional não
vai tolerar a continuação do arsenal nuclear” da Coreia do Norte, disse o
secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon. ”As novas sanções “vão
atingir” duramente o regime e “acentuar o [seu] isolamento”, afirmou a
embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Susan Rice.
As sanções aprovadas na
quinta-feira somam-se a outras adoptadas quando o Norte fez o seu primeiro
ensaio nuclear, em 2006. Pyongyang fez um segundo ensaio em 2009 e um terceiro no
passado dia 12 de Fevereiro.
=Público=
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