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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

«A MULHER QUE VIA COM AS MÃOS»























Helen Keller não completara ainda dois anos de idade, quando foi atingida por uma doença que a deixou cega e surda para toda a vida. Durante alguns anos ela foi, segundo as suas próprias palavras, “selvagem e indisciplinada”, exprimindo-se com violência.

Mas, aos seis anos, surgiu na sua vida a professora Ann Sullivan.

Utilizando o sentido do tacto como elo de ligação entre os mundos de ambas, e escrevendo as palavras na mão da sua pupila, a nova professora tentou insistentemente dar a entender a helen a relação entre as palavras e aquilo que significavam.

O ponto de viragem deu-se com a palavra “água”: enquanto a água de uma bica jorrava sobre uma das mãos da sua aluna, Ann Sullivan escrevia “água” na outra.

“Mantive-me quieta, toda a minha atenção concentrada sobre o movimento dos seus dedos”, recorda Helen.

“Subitamente, senti a emoção  de uma ideia que repetia – e assim foi revelado o mistério da linguagem”.

Desde esse dia, Helen “viu” o mundo de outra maneira. O sentido do tacto tornou-se para ela uma espécie de visão.

“Às vezes, é como se a própria essência da minha carne fosse uma miríade de olhos a ver… Não posso dizer se vemos melhor com as mãos ou os olhos: sei apenas que o mundo que vejo com as minhas mãos é vivo, colorido e gratificante”.

Helen descbriu maneiras engenhosas de sentir as imagens e os sons: “Por vezes, se tiver sorte, coloco suavemente a mão numa pequena árvore e sinto o feliz estremecer de um passarinho que canta”.

E, por meio do tacto, ela conseguia “detectar o riso, a tristeza e muitas outras emoções óbvias. Conheço as minhas amigas só por tocar-lhes as faces.”

Helen Keller sentia que o silêncio e a escuridão em que vivia lhe tinham aberto a porta para um mundo de sensações de que as pessoas mais “afortunadas” nunca se apercebem.

“Com os meus três guias fieis, o tacto, o olfacto e o paladar, faço muitas excursões às zonas limites da cidade da Luz”.

«The Miracle Worker», filme de 1962, relembra o momento em que, pela primeira vez, Helen relacionou o tacto com a palavra “água” e o que ela significava.

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