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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Fitch e Moody's na mira das autoridades americanas


O Estado de Nova Iorque está a estudar a apresentação de queixas contra as agências de notação financeira Moody's e Fitch, depois de o Governo Federal o ter feito contra a Standard and Poor's (S&P), informou sexta-feira a agência Associated Press.
A cotação da acção da McGraw-Hill, a empresa que integra a S&P, caiu 27% esta semana e a da Moody's 22%. A Fitch, empresa detida pelos franceses da Fimalac e dos norte-americanos da Hearst, não está cotada na bolsa de valores.

"Os investidores venderam as suas acções [das agências de notação] de forma agressiva, receosos que o problema com o Departamento de Justiça se agrave", comentou um estratega bolsista da Wedbush Securities, Michael James, acrescentando que "estão a antecipar mais más notícias" e por isso "a sua reacção é a de vender a acção agora e pensar depois".

Na terça-feira, o Governo dos EUA apresentou uma queixa contra a S&P, para tentar recuperar cerca de cinco mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros), perdidos por investidores que teriam comprado produtos financeiros derivados de crédito imobiliário com risco elevado, baseados em informação excessivamente optimista da S&P.

O departamento de Justiça acusa a S&P de ter atribuído, com total conhecimento de causa, notas positivas para preservar a sua parte de mercado nos produtos financeiros derivados.

A iniciativa do Departamento de Justiça já foi seguida por 13 estados, entre os quais a Califórnia. Este Estado reclama indemnizações de milhares de milhões de dólares, em nome de investidores, designadamente dois dos maiores fundos de pensões locais, o CalPers e o CalStrs), pelas suas perdas associadas aos produtos 'subprimes' [de qualidade inferior].

Estes montantes colossais reclamados são motivo de inquietação para os investidores na McGraw-Hill, cujos lucros anuais não excedem os mil milhões de dólares.

A Fitch e a Moody's já indicaram que não estão envolvidas na queixa do Departamento de justiça contra a S&P, nem têm informação que as leva a admitir que podem ser objecto de processos similares.

Mas um advogado especialista em litígios bolsistas e governamentais, Jacob Frenzel, prevê que o Governo ataque também a Moody's e a Fitch porque, justificou, trata-se de um do "dossiê mais sólido".

Quanto à queixa já apresentada, diz esperar que o conflito seja resolvido com acordos entre as partes e no montante de "várias centenas de milhões de dólares".

Uma fonte conhecedora do dossiê disse à agência Associated Press que a S&P recebeu uma intimação para comparecer no Ministério da Justiça do Estado de Nova Iorque, assinada pelo ministro Eric Schneiderman, no quadro de um inquérito sobre o papel das agências de notação na crise financeira de 2008. Tendo a Moody's e a Fitch recebido pedidos formais de informação.

As três maiores agências de notação financeira chegaram a um acordo amigável com o Estado de Nova Iorque, em Junho de 2008, e comprometeram-se a fazer algumas mudanças. Mas ao que parece as mudanças não foram suficientes.

N. M.

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