O fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange,
desafiou as autoridades dos EUA a divulgarem documentos secretos sobre os
ataques de aviões não tripulados, defendendo que o poder para matar
cidadãos mostra um "colapso" no sistema norte-americano.
Assange aproveitou uma rara
aparição na televisão norte-americana para condenar a controversa 'luz
verde' dada pelo Presidente, Barack Obama, aos ataques de 'drones' contra
cidadãos norte-americanos no estrangeiro suspeitos de atividades
terroristas.
"Não
consigo ver maior colapso do que quando o executivo pode matar os seus
próprios cidadãos arbitrariamente, à vontade, em segredo, sem que
qualquer tomada de decisão seja tornada pública", declarou Julian
Assange durante o 'talk show' "Real Time with Bill Maher",
transmitido pelo canal HBO.
"É
por isso que precisamos de organizações como o WikiLeaks. Encorajo todas
as pessoas na Casa Branca com acesso a estas regras e procedimentos a
trazer até nós (essa informação). Nós iremos manter (a sua identidade) em
segredo e revelar (informações) ao público", apontou.
Julian
Assange interveio no programa de Bill Maher, um apoiante do portal
WikiLeaks, através de uma ligação vídeo a partir da embaixada do Equador
em Londres, onde se encontra desde 19 de junho, depois de ter visto
serem-lhe indeferidos os recursos que interpôs no Reino Unido para evitar
a extradição para a Suécia.
O
fundador do WikiLeaks foi detido a 7 de dezembro de 2010, em Londres, a
pedido das autoridades suecas, que pretendem interrogá-lo por alegados
crimes sexuais que este nega ter cometido, numa operação que ocorreu dias
depois de o seu portal ter difundido milhares de telegramas diplomáticos
norte-americanos confidenciais.
Lusa
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