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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

TRABALHADORES DE TODO O MUNDO, UNI-VOS



A partir do início do século XIX, os trabalhadores combinaram esforços para lutar por melhores condições de trabalho no seu ofício ou indústria; a greve era a sua derradeira arma. Para os empregadores, os sindicatos tornaram-se uma força a ter em conta.

Entre 1780 e 1820, os proprietários de fiações de algodão, que se encontravam entre os principais empresários do início da revolução Industrial em Inglaterra, viram os seus lucros crescer vinte vezes mais rápido do que os ordenados que pagavam aos operários.

Os trabalhadores, incluindo mulheres e crianças, eram forçados a trabalhar durante doze horas por dia, ou mais, em fábricas e minas.

Em Manchester, um médico descreveu os trabalhadores de fiações como «uma raça degenerada de seres humanos, atrofiados, enfraquecidos e pervertidos – homens e mulheres que nunca chegariam a velhos – crianças que nunca chegariam a ser adultos».

Desde a Revolução Francesa de 1789, que fizera com que as classes governantes da europa receassem perder os seus privilégios, as associações de trabalhadores para lutar por melhores condições, horários de trabalho mais reduzidos e salários mais elevados, tinham sido proscritos.

Em 1825, os sindicatos foram legalizados na Grã-Bretanha e começaram a aparecer em indústria após indústria.

No final do século XIX, os sindicatos eram legais em quase todos os países da europa Ocidental.

Nos Estados Unidos, os Cavaleiros do Trabalho fizeram uma campanha activa durante o final do século XIX para conseguirem salário igual para trabalho igual, um dia de trabalho de oito horas e a abolição do trabalho infantil.

O Sindicato do Trabalho nacional fora formado já em 1866, e uma lei de 1935 reconheceu o direito legal dos trabalhadores a organizarem-se em sindicatos.

A greve foi sempre a derradeira arma dos sindicalistas.

Duas das mais problemáticas do século passado foram a Greve Geral na Grã-Bretanha, e a Greve Geral em França, em 1968.

A primeira foi convocada pelo Congresso dos Sindicatos para apoiar a acção dos mineiros contra uma proposta para reduzir os seus salários e aumentar as horas de trabalho.

A sua divisa era: «Nem um tostão do salário, nem um minuto do horário».

Dois milhões de trabalhadores pousaram as ferramentas, mas a greve durou apenas nove dias.

 Foi derrotada por uma combinação de voluntários das classes média e alta, que mantiveram a funcionar os serviços essenciais, e a lealdade das forças armadas para com o governo.

A Greve de França de 1968, que assistiu a uma rara aliança entre trabalhadores e estudantes, foi tanto um protesto geral contra o governo de Charles de Gaulle como uma acção industrial.

As ruas do Quartier Latin de Paris foram barricadas; Coktails Molotov e pedras arrancadas da calçada foram lançadas contra os polícias de intervenção.

A greve quase se tornou uma revolta nacional e foi um factor significativo na saída de De Gaulle do poder no ano seguinte.

Nos Estados Unidos, apesar das positivas realizações dos sindicatos, o mais proeminente líder sindicalista dos tempos modernoss, foi recordado principalmente pela sua corrupção.

Jimmy Hoffa, chefe do sindicato dos trabalhadores dos transportes, foi condenado por fraude, desfalque e suborno de jurados, e cumpriu quatro anos de prisão entre 1967 e 1971.

Mais tarde desapareceu, presumindo-se que tenha sido assassinado.

Desde os anos 80, o sindicalismo tem vindo a decrescer por todo o mundo ocidental. A sua posição enfraquecida é em parte resultado da legislação para aumentar a competitividade da indústria.

Existe hoje em dia uma maior flexibilidade no mercado de trabalho. Os empregadores, numa era de rápidas comunicações, podem contratar trabalhadores de todas as regiões do mundo.

Juntamente com altos níveis de desemprego causados pela recessão económica, estes novos padrões de trabalho tiraram a maior parte da força à negociação colectiva.

Por isso, trabalhadores de todo o mundo, uni-vos ou estareis perdidos…

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