A partir do início do século
XIX, os trabalhadores combinaram esforços para lutar por melhores condições de
trabalho no seu ofício ou indústria; a greve era a sua derradeira arma. Para os
empregadores, os sindicatos tornaram-se uma força a ter em conta.
Entre 1780 e 1820, os
proprietários de fiações de algodão, que se encontravam entre os principais
empresários do início da revolução Industrial em Inglaterra, viram os seus
lucros crescer vinte vezes mais rápido do que os ordenados que pagavam aos
operários.
Os trabalhadores, incluindo
mulheres e crianças, eram forçados a trabalhar durante doze horas por dia, ou
mais, em fábricas e minas.
Em Manchester, um médico
descreveu os trabalhadores de fiações como «uma raça degenerada de seres
humanos, atrofiados, enfraquecidos e pervertidos – homens e mulheres que nunca
chegariam a velhos – crianças que nunca chegariam a ser adultos».
Desde a Revolução Francesa de
1789, que fizera com que as classes governantes da europa receassem perder os
seus privilégios, as associações de trabalhadores para lutar por melhores
condições, horários de trabalho mais reduzidos e salários mais elevados, tinham
sido proscritos.
Em 1825, os sindicatos foram
legalizados na Grã-Bretanha e começaram a aparecer em indústria após indústria.
No final do século XIX, os
sindicatos eram legais em quase todos os países da europa Ocidental.
Nos Estados Unidos, os
Cavaleiros do Trabalho fizeram uma campanha activa durante o final do século
XIX para conseguirem salário igual para trabalho igual, um dia de trabalho de
oito horas e a abolição do trabalho infantil.
O Sindicato do Trabalho
nacional fora formado já em 1866, e uma lei de 1935 reconheceu o direito legal
dos trabalhadores a organizarem-se em sindicatos.
A greve foi sempre a
derradeira arma dos sindicalistas.
Duas das mais problemáticas do
século passado foram a Greve Geral na Grã-Bretanha, e a Greve Geral em França,
em 1968.
A primeira foi convocada pelo
Congresso dos Sindicatos para apoiar a acção dos mineiros contra uma proposta
para reduzir os seus salários e aumentar as horas de trabalho.
A sua divisa era: «Nem um
tostão do salário, nem um minuto do horário».
Dois milhões de trabalhadores
pousaram as ferramentas, mas a greve durou apenas nove dias.
Foi derrotada por uma combinação de
voluntários das classes média e alta, que mantiveram a funcionar os serviços
essenciais, e a lealdade das forças armadas para com o governo.
A Greve de França de 1968, que
assistiu a uma rara aliança entre trabalhadores e estudantes, foi tanto um
protesto geral contra o governo de Charles de Gaulle como uma acção industrial.
As ruas do Quartier Latin de Paris
foram barricadas; Coktails Molotov e pedras arrancadas da calçada foram
lançadas contra os polícias de intervenção.
A greve quase se tornou uma
revolta nacional e foi um factor significativo na saída de De Gaulle do poder
no ano seguinte.
Nos Estados Unidos, apesar das
positivas realizações dos sindicatos, o mais proeminente líder sindicalista dos
tempos modernoss, foi recordado principalmente pela sua corrupção.
Jimmy Hoffa, chefe do
sindicato dos trabalhadores dos transportes, foi condenado por fraude,
desfalque e suborno de jurados, e cumpriu quatro anos de prisão entre 1967 e
1971.
Mais tarde desapareceu,
presumindo-se que tenha sido assassinado.
Desde os anos 80, o
sindicalismo tem vindo a decrescer por todo o mundo ocidental. A sua posição
enfraquecida é em parte resultado da legislação para aumentar a competitividade
da indústria.
Existe hoje em dia uma maior
flexibilidade no mercado de trabalho. Os empregadores, numa era de rápidas
comunicações, podem contratar trabalhadores de todas as regiões do mundo.
Juntamente com altos níveis de
desemprego causados pela recessão económica, estes novos padrões de trabalho
tiraram a maior parte da força à negociação colectiva.
Por isso, trabalhadores de
todo o mundo, uni-vos ou estareis perdidos…
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