Doze anos após os
atentados do 11 de Setembro, os Estados Unidos vêm o maior inimigo do país… na
Ásia.
A morte (?) de
Bin Laden coloca um grave problema à América: ei-la, subitamente confrontada a
uma penúria de inimigos!
«Como, nestas
condições, o Pentâgono pode justificar um orçamento anual de 700 biliões de
dólares?», pergunta-se um humorista.
Estejamos
tranquilos, mesmo se é verdade que ninguém substituiu Bin Laden como inimigo
público nº um, os Estados Unidos estão longe de ter apenas amigos.
Segundo uma
sondagem de fevereiro, 25% dos americanos consideram o Irão como o maior
inimigo do país, o que não admira.
Desde há dez
anos, o regime do Irão está à cabeça dos «maus». O que é novo, é que em segundo
lugar apareçam a Coreia do Norte e a China, ex-aequo, com 15%
«As percepções
americanas sobre quem é o maior inimigo, dependem dos acontecimentos
internacionais», e têm tendência a flutuar. O Iraque está recuado demais depois
da retirada das tropas americanas, substituído pelo Afeganistão, e só 3% citam
a Rússia entre os perigos potenciais.
A apreciação
varia também segundo a idade dos sondados. Entre os 18 e os 30 anos, colocam a
Coreia do Norte à cabeça dos inimigos (22%), seguida em igualdade do Irão e do Afeganistão
(14%), enquanto que os acima dos 50 anos vêm o Irão como uma ameaça (36%),
antes da China (16%), seguida da Coreia do Norte (10%).
A China,
contrariamente aos outros países, é vista sobretudo como uma ameaça económica.
É o maior credor da América e, aquando do debate sobre o levantamento do
plafond da dívida este verão, Pequim não mastigou as suas palavras para
criticar o bloqueio no Congresso.
É também
considerada como um rival de respeito. Tornou-se o número um no sector das
energias renováveis, atrais milhares de empresas que se relocalizam, investe a
força braçal no controlo dos recursos naturais, particularmente em África…
Sem falar das
suas pretensões militares e do seu papel na cyberpiratagem.
Numa outra
sondagem, 52% dos americanos consideram mesmo que a China se tornou a maior
potência económica do mundo, contra 32% os Estados Unidos. Em 2009, os dois
países estavam em igualdade, o que traduz o medo do declínio americano.
Estranhamente,
Hugo Chavez não aparece na lista. É, portanto, a “besta negra” da administração
americana, que vê no seu anti-imperialismo, no seu anti-americanismo, a sua
ligação a Cuba ou Kadhafi e sobretudo a compra de armas, uma séria ameaça, no
entender de alguns.
O outro risco
maior é a situação no México. Toda a região da fronteira com os Estados Unidos
se tornou num «no man’s land» muito violento, mantido pelos traficantes de toda
a ordem, particularmente a droga. E o governo mexicano parece impotente para
restaurar a ordem.
Quanto aos
ultra-conservadores, que sempre consideraram o governo federal como «O Diabo»,
agindo ao contrário dos democratas afobados pelas posições extremistas da
direita religiosa.
A menos que o
inimigo seja o desemprego, uma terrível calamidade num país sem rede social…
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