A mesopotâmia abrange o actual território do Iraque, o
Norte da Síria e o Sudeste da Turquia. Foi aí que surgiram os primeiros
progressos no campo da agricultura, da invenção da escrita, das comunidades
urbanas e da burocracia.
Entra 10 000 a. C. e 6 000 a. C., no Crescente Fértil –
as orlas das montanhas ao norte e a nordeste da Mesopotãmia – as ovelhas,
cabras e porcos passaram a ser animais domésticos e desenvolveu-se a cultura
dos cereais, como o trigo e a cevada.
Comunidades que até então tinham sobrevivido através da
caça e recolha de produtos comestíveis começaram agora a adoptar uma vida mais
sedentária.
A introdução da agricultura no Sul da Mesopotâmia trouxe
resultados espectaculares. Nesta região árida era necessária a existência de
uma vasta rede de canais e valas que permitisse a irrigação do solo fértil,
formado pelos depósitos resultantes da inundação anual dos rios Tigre e
Eufrates. Logo que a irrigação foi aplicada à agricultura, entre 6000 a. C. e
5000 a. C., o aumento da produção e consequente acumulação de excedentes passou
a ser suficiente para sustentar a crescente população das primeiras cidades.
A Mesoptâmia desenvolveu-se também através do comércio e
tornou-se o lar de três importantes civilizações: Os Sumérios e os Babilónios,
a sul, e os Assírios, a norte. A arqueologia conseguiu pôr a descoberto
palácios monumentais, templos, zigurates e muralhas defensivas em muitas
cidades, como, por exemplo, Babilónia, Ur, Assur, Nínive e Nimrud. Obras de
arte espantosas incluem lajes de pedra trabalhada que eram usadas para decorar
os palácios reais dos monarcas neo-assírios e representavam cenas de guerra, de
caça e dos seus opulentos banquetes.
Pensa-se que foi na Mesopotãmia que se inventou a
escrita. À medida que se tornava mais complexa a burocracia nas cidades,
compreendeu-se que os cálculos por meio de marcas no barro eram pouco precisos.
As primeiras placas escritas datam de 3000 a. C. e eram
pictogramas em que cada sinal era o desenho de um objecto, tal como uma ovelha
ou um chocalho. Não demorou muito tempo para que os sinais fossem inscritos de
forma mais sistemática com a ajuda da ponta de um estilete de junco em forma de cunha, assim nascendo a escrita
cuneiforme.
Os sinais passaram a representar a língua e os objectos. A língua mais antiga passada a escrito foi a dos Sumérios, tendo sido substituída pela dos Arcádios como língua falada à volta de 2000 a. C., embora ambas coexistissem durante mais dois milénios.
Os escribas da Mesopotãmia escreviam em placas de barro.
Sobreviveram milhares de placas com escrita cuneiforme que cont~em desde
contas, contratos, caras e exercícios escolares até listas de monarcas e
tratados, bem como obras literárias, como a Epopeia de Gilgamesh, que inclui
uma versão da história do dilúvio que conhecemos da Bíblia.
Também eram escritos na pedra textos importantes, como o
Código de Hamurábi, rei da babilónia (1792-50 a. C.), que proclamava ter
estabelecido a justiça para “que os fortes não pudessem oprimir os fracos”.
Alguns dos mais importantes feitos da cultura da
Mesopotâmia, como o enorme desenvolvimento da astronomia e da matemática,
chegaram ao mundo ocidental através dos gregos da Antiguidade, que dominaram a
região no final do 1º milénio antes de Cristo.
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