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sábado, 6 de abril de 2013

Hugo Chavez sabia que os serviços secretos dos EUA estavam atrás dele


Nil Nikandrov, via Information Clearing House e lido no Brasil de Fato

Hugo Chavez não era o homem obcecado com a ideia de estar sendo seguido e observado, como a propaganda tentou mostrar. Ele era um político que enfrentou a realidade e sabia como era odiado por Washington e pela oposição dos Estados Unidos em todas as questões políticas ou econômicas. Ele tratou com seriedade as ameaças vindas dos presidentes Bush e Obama, do Departamento de Estado e do Pentágono. Ele sabia muito bem que os serviços especiais do Ocidente tinham um arsenal diversificado de meios para fisicamente liquidar pessoas.
Fidel Castro compartilhou essa experiência, houve mais de 600 tentativas de assassinato contra ele cometidas pela CIA e a inteligência militar dos EUA. Até mesmo um número limitado de documentos secretos tornados públicos recentemente provam que não havia limite para os serviços especiais, que usaram inclusive atiradores de elite e veneno para cumprir uma tarefa.
Fidel o acusou de ser descuidado e recomendou que ele prestasse mais atenção a seu redor. Ele disse que haviam surgido novas tecnologias e não era seguro aceitar comida que fosse oferecida. Ele disse ao Chavez: “Chavez se cuide. Essa gente [os estadunidenses] desenvolveu tecnologias. Você é muito descuidado. Cuidado com o que você come, o que lhe oferecem para comer... uma pequena agulha e eles te injetam sabe o quê.”
O presidente e os serviços de segurança estavam preocupados com a propaganda ocidental maciça que demonizava Chavez, apresentando-o como uma ameaça ao “mundo livre”, religião, propriedade privada e valores tradicionais da família. Algumas pessoas, quando sujeitas a efeitos emocionais sistemáticos, se tornam propensas a cometer atos terroristas. Segundo estatísticas, houve dezenas de tentativas de assassinato contra Chavez cometidas por pessoas dementes que vinham armados participar de reuniões. Alguns agentes da lei foram vítimas de tal impacto. Em fevereiro de 2008, alguns oficiais da Guarda Nacional foram presos acusados de participar de uma tentativa de assassinato. Em setembro de 2008, um grupo de militares foi detido enquanto preparava um ataque com o uso de lançadores de granadas contra o Força Aérea 1.
Os serviços especiais dos EUA fizeram as primeiras tentativas para acabar de vez com o Chavez durante a campanha presidencial de 1998. Um grupo de pistoleiros profissionais, contratados pela CIA na Colômbia e na Republica Dominicana, seguiu o então candidato durante sua campanha em lugares isolados na Venezuela. Atiradores de elite deitados em emboscadas foram vistos próximos a locais onde o presidente fez comícios. Depois disso, a caçada a terroristas que tentavam cumprir a missão de matar Chavez se tornou uma rotina diária dos serviços de segurança bolivarianos. Em maio de 2009, Laurent Bouquet, um francês, e três dominicanos foram detidos. Em seu apartamento foram encontrados rifles, metralhadoras, granadas e um quilo de explosivos. Segundo o ministro de Assuntos Internos da Venezuela, Tarek El-Aissami, o grupo havia sido encarregado do assassinado de Chavez. Bouquet era um militar da ativa das forças armadas de um dos países europeus. Segundo vazamentos na internet, os serviços dos EUA organizaram o envio do oficial da inteligência militar francesa para a Venezuela.
A vitória de Chavez nas eleições presidenciais de 2012 era inevitável. No período entre 2009 e início de 2010, a missão de eliminar Chavez estava na lista de prioridades da comunidade de inteligência dos EUA. Os métodos tradicionais, por exemplo, assassinatos cometidos por pessoas dementes, queda de aeronaves, e afins, foram descartados. O uso de venenos conhecidos também estava fora de cogitação. Houve muitos casos de líderes latino-americanos que foram neutralizados dessa maneira. Uma bala, um acidente de avião ou veneno iriam indicar quem estava por detrás da ação.
Portanto, a contaminação que levou a uma doença incurável foi escolhida como a forma de se fazer o trabalho. Era tecnicamente possível. José Vicente Rangel escreveu no artigo “Câncer inoculado”, publicado em 17/3/2013 na edição do jornal Últimas Notícias, que experimentos para obtenção de crescimento canceroso haviam sido conduzidos nos EUA por pelo menos 40 anos. Os laboratórios situados em Fort Detrick, Maryland, realizam pesquisas clandestinas sobre armas biológicas; o Instituto Nacional do Câncer está situado lá também. O Laboratório Nacional de Pesquisa do Câncer Frederick, que funciona sob a supervisão da CIA e do Pentágono, é um exemplo disso. Como fontes da internet relatam, um programa especial do vírus do câncer foi desenvolvido com sucesso lá. O vírus do câncer entra no sangue e no sistema linfático. O acesso ao DNA faz com que o vírus seja personalizado e mais eficaz. Isso nos remete a um documento publicado no WikiLeaks, com instruções do Departamento de Estado para a embaixada dos EUA no Paraguai para furtivamente obter DNA dos quatro candidatos à presidência. O documento menciona os quatro candidatos, mas o real interesse estava no candidato de esquerda Fernando Lugo, um aliado em potencial de Hugo Chavez, que apoiou a ideia da criação de “um eixo de estados populistas” no continente. Dois anos após a eleição, Lugo adoeceu com câncer linfático, uma forma mais branda do que a que o falecido Chavez desenvolveu. Ele teve de ir ao Brasil para tratamento, enquanto o vice-presidente Federico Franco, o filho favorito da CIA e do Departamento de Estado, governou o país.
A epidemia de câncer na América Latina se espalhou acometendo os presidentes de esquerda, fato que não poderia passar desapercebido. Fernando Lugo, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Cristina Fernandez de Kirchner foram diagnosticados. Eles foram marcados com a Mancha Negra, um aviso de que não é seguro se opor aos interesses dos Estados Unidos no cenário internacional. A morte de Hugo Chavez demonstrou as implicações que podem se seguir. Para quem não está convencido de que os EUA estão envolvidos em uma limpeza, tentando se livrar de líderes hostis, basta lembrar o destino de muitos políticos influentes em muitas regiões de importância estratégica. As ações punitivas ainda não acabaram. Eles golpearam contra a Síria; e o Irã e Paquistão são os próximos. Depois será a vez dos membros do Brics, os EUA farão todo o possível para evitar que se tornem uma força internacional poderosa do século 21.
Chavez advertiu sobre isso. Ele sempre deu nome aos bois. Para ele, os Estados Unidos eram “um império do mal”, um agressor, um Estado terrorista constantemente travando guerras para conquistar territórios ricos em recursos. Ele conclamou seus colegas na América Latina e Caribe para a criação de alianças com “força” para conter a política dos EUA. Ele pagou caro por isso. A liderança da Venezuela e os principais líderes da América Latina, que mantinham relações amigáveis com Chavez, não acreditam que ele tenha morrido por causas naturais. Os palpites de que tenha sido uma operação especial são expressos mais e mais frequentemente.
No dia da morte de Chavez, o vice-presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, disse em um discurso à nação que “não há dúvida de que a saúde do comandante Chavez foi atacada pelo inimigo”. Ele disse que havia bases sólidas para o lançamento de uma investigação. Segundo ele, “não há nem uma única dúvida e, no momento adequado, vamos convocar uma junta médica para confirmar que Chavez foi atacado”. Ele ligou o caso de Chavez ao caso do líder da Frente de Libertação da Palestina, Yasser Arafat, cuja morte, disse Maduro, foi causada por envenenamento pelos israelenses. De acordo com resultados de pesquisas de laboratório realizadas no Instituto de Radiophysique, em Lausanne, Suíça, Arafat foi envenenado por polônio-210. Nicolas Maduro disse que foram coletadas amostras de tecido de Chavez para se fazer um diagnóstico. Sem revelar o nome do paciente, as amostras foram enviadas para o Brasil, China, Rússia e até mesmo aos EUA. A resposta foi a mesma, as células cancerígenas têm características especiais, como intensidade incomum de propagação e multiplicação nunca antes encontrados na prática médica.
De acordo com Maduro, uma comissão especial de investigação será encarregada de rever de forma abrangente os detalhes da morte de Chavez após a eleição em 14 de abril. Foi noticiado que o governo bolivariano pretende pagar um milhão de dólares em recompensa para aqueles que vão ajudar a tornar precisas as circunstâncias e a identificar quem cometeu o crime – o assassinato do presidente Chavez.

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A. G.

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