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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Repórteres de todo o mundo se juntam para expor as contas secretas dos paraísos fiscais


Cerca de 2,5 milhões de documentos sobre contas secretas vazam, e a repercussão está sendo mundial, mas não no Brasil.
Hoje [4/4] é um dia glorioso para o jornalismo investigativo nacional. Um trabalho coletivo de jornalistas investigativos começou a publicar, em escala mundial, 2,5 milhões de documentos vazados sobre contas em paraísos fiscais.
Na origem dos vazamentos está uma associação de repórteres baseada em Washington, o ICIJ, pelas iniciais em inglês: International Consortium of Investigative Journalism.
O ICJI é uma espécie de WikiLeaks. A diferença é que o WikiLeaks tem uma característica mais ativista, e o ICJI é mais jornalístico. Seus integrantes, 82 espalhados pelo mundo, são repórteres. O pessoal do WikiLeaks, a começar por Assange, é ativista.
Estão sendo examinados 250 mil documentos, e as repercussões já estão aí. Na França, um ex-ministro de Hollande colocou a administração deste sob fogo quando se soube que ele tinha uma conta secreta de €600 mil a Suíça, coisa que ele vinha negando desde que as primeiras denúncias apareceram na mídia local.
Os vazamentos, segundo o ICJI, alcançam 250 mil contas de pessoas físicas e jurídicas de 170 países. As revelações estão sendo processadas.
É uma pena que o Brasil esteja ausente deste grande banquete de jornalismo investigativo, mas não é surpresa, dada a atitude deletéria que as corporações de mídia brasileira adotam em relação a impostos. Neste campo, o interesse particular delas vence amplamente o interesse público.
Entre os jornais que firmaram parceria com o ICJI estão o Guardian, o Le Monde e oWashington Post. Pesquisei, e não consegui encontrar nenhum jornal brasileiro.
Porém, uma vez mais: é um assunto de enorme interesse público. Evasão de impostos é, numa palavra, corrupção.
Vale ler um trecho de um artigo de hoje do Le Monde sobre o assunto.
“A exposição de casos individuais, por mais aliciantes que sejam, não deve desviar a atenção da questão de fundo: os paraísos fiscais são uma ameaça para a democracia. Minam o Estado de Direito, apostando na ocultação. São um maná para os defraudadores de todos os quadrantes. Promovem o desvio de recursos públicos, em Estados onde imperam o suborno e a corrupção. Neste mundo de uma criatividade jurídica que parece ilimitada, escondem-se valores colossais por trás de empresas de fachada. Personalidades endinheiradas mantêm aí o equivalente ao PIB conjunto dos Estados Unidos e do Japão.”
Até o momento em que escrevo, 20 horas de Londres, não tinham sido divulgadas informações sobre casos brasileiros.
Fatalmente isso ocorrerá. Mas muito provavelm

T. M.





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