Governo
cipriota tenta adiar objectivo de chegar a excedente orçamental de 4%.
O Governo
de Nicósia apresentou um pacote de medidas contra a crise
A troika deverá flexibilizar as metas
orçamentais de Chipre, dando ao Governo mais um ano para cumprir os objectivos
acordados com os parceiros europeus. A suavização está prevista, segundo o The Wall Street Journal, num
documento preliminar do Memorando de Entendimento negociado pelo executivo
cipriota como contrapartida para a ilha mediterrânica receber um empréstimo de
dez mil milhões de euros.
No documento a que aquele jornal norte-americano teve acesso
prevê-se que Chipre atinja, em 2017, um excedente orçamental primário de 4% do
Produto Interno Bruto (PIB), quando até agora essa meta estava traçada para ser
cumprida até 2016. O acordo deverá ser assinado dentro de dias, mas o Governo
tenta ainda adiar este objectivo por mais um ano, para 2018.
Este
ano, o país deverá registar um défice de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Numa
linguagem idêntica aos fundamentos desenhados pela missão internacional da
Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu
nos memorandos dos outros países resgatados, os membros da troika escrevem no mesmo documento que
“colocar as finanças públicas numa trajectória sustentável é uma
prioridade para estabilizar a economia [cipriota] e restaurar a confiança das
empresas, dos cidadãos e dos investidores”.
Para
receber o empréstimo externo da União Europeia e do FMI, o Governo conservador
de Nikos Anastasiades teve de definir um conjunto de medidas que garantam,
por um lado, recursos financeiros adicionais ao resgate e, por outro, que
assegurem a estabilização das contas públicas.
O
Governo desenhou um pacote de medidas contra a crise onde se
incluem alterações fiscais, descontos na electricidade, medidas de apoio social
e a criação de um novo casino.
O
resgate, que tem uma componente direccionada para a banca a reestruturar, foi
negociado entre o executivo cipriota e os parceiros europeus para evitar a
entrada do país em bancarrota, um cenário que foi dramatizado quando os termos
do programa inicial previam que todos os depositantes bancários fossem chamados
a co-financiar o resgate, com a introdução de uma sobretaxa sobre os depósitos.
A medida acabou por avançar, aplicada aos
depósitos superiores a 100 mil euros, mantendo-se de pé a regra que prevê a
garantia sobre os aforros até este montante.
Nem
por isso a medida deixou de gerar controvérsia e ainda no domingo o
vice-primeiro-ministro russo, Igor Chouvalov, se insurgiu contra o imposto, que afectará muitas empresas
e investidores russos com contas em Chipre.
No
meio das críticas aos termos do resgate, Moscovo garante que não vai suportar
as perdas das empresas russas com o corte nos depósitos, admitindo apenas rever
esta posição no caso dos grupos onde o Estado é accionista.
=Público=
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