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domingo, 14 de abril de 2013

Eleger Nicolás Maduro é continuar o legado de Hugo Chávez

As eleições presidenciais de 14 de abril, convocadas após o falecimento do comandante Hugo Chávez, colocam diante do Grande Polo Patriótico (GPP) o desafio de continuar o legado do líder revolucionário, agora com a figura de Nicolás Maduro.



Nascido em 23 de novembro de 1962 na cidade de Caracas, Maduro é um ex-militante da Liga Socialista, com experiência de dirigente estudantil nos anos 1970 e 1980.

Trabalhou como condutor no Metrô de Caracas, condição criticada pela oposição de direita e que pelo contrário, é reconhecida como muito positiva pelos seguidores do GPP.

A trajetória política de Maduro inclui sua filiação ao Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR-200). Ele foi também membro de sua direção nacional no período de 1994 a 1997.

Nos primeiros anos da década de 1990, junto à sua esposa, a advogada Cilia Flores - que foi deputada e procuradora - saiu às ruas para pedir a liberdade do então tenente-coronel Chávez, encarcerado depois da ação cívico-militar de 1992.

Fundador e coordenador nacional da Força Bolivariana de Trabalhadores (FBT), assumiu também a coordenação da equipe parlamentar do Movimento Quinta República (MVR) em 2000-2001 e da equipe parlamentar do Bloco da Mudança na Assembleia Nacional (AN).

Foi eleito deputado à Assembleia Nacional da Venezuela em 2000, cargo para o qual foi reeleito nas eleições legislativas de 2005, sendo pouco depois designado presidente do parlamento.

Em 2006 deixa o cargo a pedido do presidente Hugo Chávez para ingressar no gabinete ministerial como chefe do Ministério do Poder Popular para os Assuntos Exteriores, substituindo o ministro Alí Rodríguez.

Os seis anos à frente dessa pasta, acompanhando Chávez em numerosas missões ao exterior, deram à sua formação uma importante experiência de trabalho.

Maduro foi chave na assinatura de acordos bilaterais com a China, a Rússia, Belarus e o Irã, o que se acrescenta a uma sólida posição de rechaço às políticas de ingerência por parte dos Estados Unidos.

Depois do triunfo eleitoral de Chávez em 7 de outubro de 2012, assumiu a vice-presidência executiva do país e lhe coube manter a direção do governo depois da intervenção cirúrgica do presidente em dezembro do mesmo ano.

As muitas vidas de Chávez

Nicolás Maduro exaltou neste sábado o caráter democrático do comandante Hugo Chávez e seu imenso aporte à construção da patria, durante uma reunião no Palácio de Miraflores com acompanhantes internacionais que estão no país para seguir de perto as eleições presidenciais deste domingo.

No salão Simón Bolívar da sede do governo, Maduro destacou que nos quatorze anos de Revolução Bolivariana foram feitas 18 eleições no país, incluindo o processo deste 14 de abril.

O mandatário deu as boas vindas aos presentes, entre eles os ex-presidentes da Guatemala, Panamá e República Dominicana, Álvaro Colom, Martín Torrijos e Leonel Fernández, respectivamente. Encontram-se também no país o ex-primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates e Iván Ramalho, alto representante do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

Participam ainda o estadunidense Bill Richardson, representante da secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA); Roberto Rosário, da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore); e os líderes políticos Fausto Pertinote, da Itália, e Cuauhtémoc Cárdenas, do México.

Pela Venezuela participaram, entre outros, o chanceler Elías Jaua, o chefe do comando de campanha Hugo Chávez, Jorge Rodríguez, e o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilian Arveláiz.

"Estamos a poucas horas da abertura do proceso de votação. Nestas horas, sempre temos grandes recordações. Aqui neste Palácio, no mesmo lugar onde tantas vezes trabalhamos com o comandante Chávez, nos acompanha um sentimento de saudade, de falta, um sentimento bonito de recordar momentos felizes da pátria e um homem que se transformou em um gigante sendo uma pessoa humilde", assinalou Maduro.

O presidente falou das várias vidas que teve Chávez: a primeira, desde seu nascimento, em um humilde lar do povoado de Sabaneta de Barinas, nas planícies venezuelanas, até 1971, quando ingressou na Academia Militar.

A segunda se iniciou com sua saída desta instituição, "convertido em um líder militar revolucionário e bolivariano".

Maduro recordou que durante seu trabalho como militar, Chávez se dedicou a atividades sociais com indígenas e camponeses na planície. Ademais, construiu um movimento bolivariano no Exército, que nasceu como um movimento moral porque havia muita corrupção no país.

Sua terceira vida se iniciou em 4 de fevereiro de 1992, data da rebelião que comandou contra um sistema neoliberal que oprimia o povo . "Ele se insurge como líder militar de uma geração", ressaltou o chefe de Estado. Assumiu a responsabilidade e foi preso por dois anos em um país onde nenhum político respondia por seus atos.

Esse Chávez era um jovem simples e inocente, "puro de alma, fogoso, incansável, com mil projetos e ideias", precisou o mandatário. "Começou sua terceira vida: de líder militar de alto nível, severo, bolivariano e honesto, se converteu em líder popular e comandante revolucionário".

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