Mudanças
querem-se profundas e deverão demorar a ser concretizadas.
Francisco
foi eleito Papa a 13 de Março
Do novo Papa esperam-se mudanças, muitas no interior do governo
da Igreja, a Cúria Romana. Antes de se conhecerem os seus nomeados para os
principais cargos, como a secretaria de Estado, Francisco criou um comité de
oito cardeais para o aconselharem nas desejadas reformas no Vaticano.
Os cardeais
escolhidos pelo Papa argentino vêm da Itália, do Chile, da Índia, da Alemanha,
da República Democrática do Congo, dos Estados Unidos, da Austrália e das
Honduras. Um arcebispo italiano funcionará como secretário do grupo e a
primeira reunião formal do comité está prevista para Outubro.
Falta muito para essa primeira
reunião, mas Francisco já está em contacto com estes cardeais, fez saber o
Vaticano este sábado.
Ainda antes da missa de
inauguração do seu pontificado, o bispo de Roma anunciou que manteria
provisoriamente nos seus cargos todos os altos funcionários do Vaticano – e,
por isso, o polémico e criticado cardeal Tarcisio Bertone ainda é o secretário
de Estado. “O santo padre deseja reservar-se um certo tempo para a reflexão, a
oração e o diálogo, antes de qualquer nomeação ou confirmação definitiva”,
explicou então o porta-voz do Vaticano, padre Lombardi.
Francisco, o primeiro bispo de
Roma em 600 anos a suceder a um Papa vivo, herda uma Igreja Católica
manchada por escândalos: abusos sexuais de membros do clero, corrupção,
conflitos internos. Das mãos de Ratzinger (Bento XVI, que resignou) recebeu o Relationem,
o relatório encomendado pelo agora Papa emérito a uma comissão de cardeais
depois da publicação, há um ano, de centenas de documentos retirados da
secretária do Papa (Vatileaks).
A correspondência, que retrata uma
Cúria podre e entregue às lutas de poder de grupos adversários, tem muitos
protagonistas, mas Bertone é figura central. Para além do funcionamento interno
da Igreja, espera-se que Francisco imponha mudanças radicais no Instituto para
as Obras da Religião (o banco do Vaticano), cujas transacções foram bloqueadas
pelo Banco de Itália por falta de respeito das normas que visam impedir que os
bancos sejam usados para lavar dinheiro.
=Público=
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